publicado dia 07/08/2023

Seminário do Escola em Tempo Integral debate o Ensino Fundamental

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🗒️ Resumo: Na sexta-feira (4/8) aconteceu o segundo e último dia da etapa Centro-Oeste do ciclo de seminários “Programa Escola em Tempo Integral: princípios para a Política de Educação Integral em tempo integral”.

O primeiro painel do dia abordou os “Princípios da Educação Integral em Tempo Integral no Ensino Fundamental – Orientações para o tempo integral nos anos iniciais e finais”. No dia anterior, os debates foram centrados na Educação Integral como reparação histórica e na intersetorialidade.

Organizados pelo Ministério da Educação (MEC), os encontros vão acontecer em todas as regiões do Brasil, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da pasta.

O segundo dia da etapa Centro-Oeste do ciclo de seminários “Programa Escola em Tempo Integral: princípios para a Política de Educação Integral em tempo integral” aconteceu nesta sexta-feira (4/8) e debateu os “Princípios da Educação Integral em Tempo Integral no Ensino Fundamental – Orientações para o tempo integral nos anos iniciais e finais”.

Para abrir os diálogos, Tereza Perez, diretora-presidente da Comunidade Educativa CEDAC e membro do Centro de Referências em Educação Integral, destacou a importância da escola contribuir para a formação de uma sociedade mais equitativa.

“A escola é um espaço de direito e consciência civilizatória. Seu papel é ensinar os valores humanitários e democráticos, como determinam as leis”, disse.

Em relação aos desafios que o Ensino Fundamental encara hoje, a especialista afirmou que é necessário integrar as equipes e as áreas de conhecimento, levar a sério o trabalho com as aulas de Arte e Educação Física, flexibilizar tempos, espaços e agrupamentos de acordo com as intencionalidades educativas e construir territórios educativos ao redor das escolas.

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“Também precisamos ajustar a avaliação a esses desejos educacionais. Responder a uma avaliação que só vê metas, que é reduzida, não corresponde ao nosso desejo. Queremos trabalhar com as dimensões humanas, no coletivo, do coletivo, para humanizar a sociedade”, finalizou.

“Não existe diferença entre currículo estruturante e os saberes e práticas socioculturais”, afirmou Sandra Limonta.

Para Sandra Limonta, professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), a integração do currículo também figura entre os principais desafios.

“Não existe diferença entre currículo estruturante e os saberes e práticas socioculturais. Pela mediação do trabalho educativo e as metodologias integradoras, que não são realizadas somente pelos professores e professoras, é possível integrá-lo”, explicou.

Para tanto, é fundamental que haja condições de trabalho, como professores com dedicação exclusiva e infraestrutura adequada, e que se repense o peso das avaliações externas na organização do trabalho pedagógico. “Pode ser necessário tirar algumas e dar mais espaço para o currículo integrado“, sugeriu Sandra.

Andrea Santos, professora na Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá (MT) e Presidente do Conselho Municipal de Educação de Cuiabá, também destacou a importância de contextualizar o trabalho pedagógico e todas as decisões da escola à realidade local de cada unidade, também preparando o entorno das escolas para receber crianças e adolescentes. “Por isso o Projeto Político Pedagógico precisa ser discutido com os estudantes, as famílias e a comunidade’, disse.

Experiências de Educação Integral no Ensino Fundamental

Marcia Antunes, que coordenou a reestruturação da Proposta Pedagógica de Escola em Tempo Integral da Rede Estadual de Educação de Goiás, compartilhou a trajetória do Estado com a Educação Integral, que teve início em 2006.

“Afetividade, cuidado e protagonismo geram aprendizagem”, disse Marcia Antunes.

A educadora evidenciou que tratar a Educação Integral como política, não como projeto, garantindo mudanças estruturais, formação de professores em parceria com o Ensino Superior e entre pares, financiamento, participação dos estudantes e integração entre Ensino Fundamental e Médio foi fundamental para o êxito da política.

“Afetividade, cuidado e protagonismo geram aprendizagem. Não precisa treinar o menino, precisa ofertar uma escola significativa. Vimos escolas que em dois anos saíram de uma nota no IDEB de 3.6 para 5.8 no 9º ano”, disse Marcia.

Já o trabalho da rede de Cuiabá (MT) foi apresentado por Marcela Rezende Guimarães Martins, que é coordenadora de Programas e Projetos da Coordenadoria Técnica de Ensino, da Secretaria Municipal de Educação e foi articuladora do Mais Educação.

Ela contou que as potencialidades do programa estão em ressignificar espaços, garantir a participação das famílias, alimentação saudável, protagonismo dos estudantes, parceria com o Ensino Superior e que sejam os mesmos professores a ministrar as atividades da base diversificada e do currículo formal. Mas há o que avançar em termos de investimento em infraestrutura, ampliação da rede de proteção e integração do currículo.

Com foco na intersetorialidade e na articulação territorial, painel do MEC discute política de Educação Integral em Cuiabá (MT)

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