publicado dia 25/09/2024

Educação Integral: Webinário discute currículo, concepção e práticas pedagógicas 

Reportagem:

🗒 Resumo: Com o tema “Currículo da Educação Integral: concepções e práticas pedagógicas”, o primeiro encontro técnico promovido pela UNDIME com apoio do Centro de Referências em Educação Integral e Itaú Social aconteceu na terça-feira (24/09). Com a presença de especialistas no tema, a live relatou a experiência de sucesso de uma escola municipal de Belo Horizonte (MG). 

Como trabalhar o currículo alinhado à Educação Integral? Para apoiar a implementação do tempo integral nas escolas, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) promoveu o encontro técnico “Currículo da Educação Integral: concepções e práticas pedagógicas” na terça-feira (24/09). 

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A live foi transmitida ao vivo pela plataforma Conviva Educação e está disponível abaixo: 

Um currículo de Educação Integral na prática

Na periferia de Belo Horizonte (MG), existe uma escola que dá vida às concepções do currículo na Educação Integral: a Escola Municipal Polo de Educação Integrada (EMPOEINT).

Uma escola pública sem salas de aula, seriação, estudantes enfileirados, provas tradicionais e aulas expositivas, que usa o tempo integral para desenvolver roteiros de aprendizagem e experiências educativas interdisciplinares, práticas e contextualizadas ao território, além de dispor de uma biblioteca e uma academia comunitárias e ceder espaço para um cursinho popular.

Durante o evento, a diretora da unidade, Shirlei Lopes da Silva, apresentou de forma detalhada o trabalho da escola com os estudantes e professores.

A escola atende 180 estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental em tempo integral das 8h às 17h. A Educação de Jovens e Adultos funciona em três jornadas parciais de três horas cada para 160 estudantes.

Aberta de domingo a domingo, das 6h às 22h, para estudantes, famílias e a comunidade, a EMPOEINT também recebe outros 800 estudantes de unidades próximas para compartilhar a infraestrutura e apoiar as atividades em tempo integral destas escolas.

Em um amplo salão, todos os estudantes estudam em grupo a partir de seus roteiros de aprendizagem trimestrais. Eles são criados pelos próprios professores e personalizados de acordo com cada estudante. 

Foto

Salão das aprendizagens na EMPOEINT

Crédito: Shirlei Lopes

Dessa forma, os conhecimentos do território e as vivências das crianças e adolescentes se atrelam aos componentes curriculares correspondentes ao seu ano.

Atividades práticas, artísticas, tecnológicas, esportivas, lúdicas e ambientais também compõem as experiências pedagógicas dos estudantes na EMPOEINT.

“Desejamos que o tempo de permanência desse estudante na escola seja de fato significativo, emancipador, para formar cidadãos e cidadãs capazes de construir um mundo melhor”, explicou Shirlei sobre o que norteia a intencionalidade pedagógica da escola. 

Cada estudante é acompanhado por dois tutores, responsáveis por olhar de forma integral para cada sujeito e apoiar seu desenvolvimento multidimensional.

As avaliações são contínuas e formativas, compostas por diferentes aspectos pactuados com os estudantes, que também fazem autoavaliação. 

“Precisamos pensar o desenvolvimento desse estudante a partir da equidade, porque cada um precisa ser valorizado a partir de si mesmo. Por isso também a personalização do conhecimento”, disse Shirlei.

Durante a conversa, a gestora também explicou como funciona o trabalho dos professores, que têm jornada de 45 horas semanais, e a gestão democrática da unidade. 

Uma dessas iniciativas participativas é uma reunião que acontece todos os dias, das 7h às 8h, com a gestão, funcionários e professores, para discutir o andamento de suas áreas, questões da rotina, pedir ajuda e planejar os trabalhos.

Para Fernando Mendes, gestor do Centro de Referências em Educação Integral, a experiência da EMPOEINT evidencia que não há currículo sem o território.

“O currículo pode promover uma justiça reparadora para todas as mazelas que carregamos na história do nosso país. […] Que tudo que seja construído pelos adultos, junto aos estudantes, seja para o protagonismo desse sujeito não só nesse território, mas também na sua vida, para que outras trajetórias de vida sejam possíveis”, finalizou Fernando.

4 dicas para aproximar currículo e território

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