Ao posicionar o estudante e seu desenvolvimento no centro do processo educativo, reconhecendo-o como sujeito social, histórico, competente e multidimensional, a Educação Integral contribui para reconectar a escola e a educação à vida dos estudantes. Quatro princípios norteiam essa concepção que busca constituir políticas e práticas educativas inclusivas e emancipatórias: 

• Equidade: reconhecimento do direito de todos e todas de aprender e acessar oportunidades educativas diversificadas, a partir da interação com múltiplas linguagens, recursos, espaços, saberes e agentes.
• Inclusão: reconhecimento da singularidade e diversidade dos sujeitos, a partir da construção de projetos educativos pertinentes para todos e todas.
• Sustentabilidade: compromisso com processos educativos contextualizados e com a interação permanente entre o que se aprende e se pratica.
• Contemporaneidade: compromisso com as demandas do séc XXI, com foco na formação de sujeitos críticos, autônomos e responsáveis consigo mesmos e com o mundo.

Na Educação Integral, o currículo é entendido como um conjunto de práticas e valores que se articulam em prol do desenvolvimento pleno dos sujeitos. É papel da rede de ensino oferecer a estrutura necessária para a organização de uma matriz curricular que contemple as diversas formas de organização escolar e os elementos que a compõem. São fundamentos do currículo na Educação Integral:

• Transversalidade e Interdisciplinaridade
• Território
• Experimentação
• Democracia e Colaboração
• Personalização

Uma Política de Educação Integral se constrói, se fortalece e se consolida em processos permanentes de formação. Os movimentos de discussão, pactuação e construção de conteúdos são estruturantes para a implementação curricular e para a avaliação da própria política. Nesse sentido, a formação na educação integral estabelece um elo entre concepção, currículo e avaliação, operando a partir de quatro pilares:

• Autoria: Os participantes dos processos formativos são sujeitos ativos e autores da construção do conhecimento
• Ampliação de repertório: Reconhecer as experiências e distintos contextos de implementação da educação integral permite leituras mais diversificadas e aprofundadas sobre os avanços e desafios das políticas e práticas existentes no Brasil e no mundo
• Co-criação:  Na educação integral, formador e participantes trabalham juntos para responder às necessidades apresentadas pelo próprio coletivo
• Autoformação: A lógica do processo formativo deve responder a um constante e permanente investimento na autoformação dos participantes

A avaliação é um dispositivo que busca assegurar a qualidade educacional, alimentando a gestão pública e a sociedade com elementos que garantem controle social e transparência no ciclo da política. Seus resultados devem servir a uma análise crítica da realidade e à reconfiguração de parâmetros de atuação. Na educação integral, o processo de avaliação sustenta-se por quatro princípios:

• Simplificação: Processos simples e tecnicamente acessíveis de avaliação, conduzidos com base nas capacidades locais, e capazes de gerar aprendizagem e apoio à tomada de decisão
• Participação: A pluralidade de visões reforça o caráter político da avaliação na educação integral e a participação social se instala como um direito de todos os envolvidos com a política
• Auto-avaliação: Equipe envolvidas na implementação de uma política podem assumir a liderança e condução da avaliação porque têm visão privilegiada do mecanismo da política e podem informar com consistência sobre os avanços e limites da proposta implementada
• Transparência e Controle social: A avaliação produz e dissemina informações sobre a política, conferindo transparência às ações públicas e oferecendo à sociedade civil elementos para o exercício do controle social

A política de Educação Integral prevê uma gestão integrada que garanta a unidade na rede municipal de educação e sustente o exercício da autonomia de cada escola e sua relação com o território, comprometendo-se com a equidade de condições a todos os estudantes e professores e com um trabalho colaborativo no nível central, regional e local. O modelo de gestão proposto se organiza em dois pilares  que atuam de forma complementar e interdependente:

• Secretaria: Tem como papel apoiar as unidades escolares, fornecendo diretrizes e instrumentos de efetivação de propostas e estratégias pedagógicas para a promoção da qualidade e da equidade na rede. Também é responsável por garantir a formação dos agentes e monitorar e avaliar os processos implementados
• Escola-Território: É nesse âmbito que a gestão escolar estrutura de forma participativa o seu projeto político pedagógico e amplia a relação com a comunidade e o território, diversificando as oportunidades educativas e articulando uma rede de proteção social que trabalha pelo desenvolvimento integral das crianças e adolescentes