publicado dia 18/05/2021

Prêmio Educação Infantil: conheça duas boas práticas pedagógicas realizadas na pandemia

Reportagem:

Selo Reviravolta da EscolaQuando o ensino remoto emergencial teve início no Brasil, os professores precisaram reinventar seu trabalho pedagógico para que ele continuasse a fazer sentido nesse novo formato, um desafio especialmente maior para a Educação Infantil, que não comporta aulas e depende inteiramente da mediação das famílias. Para reconhecer o empenho dos educadores nessa empreitada, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV), em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Itaú Social, premiou 100 educadores de várias regiões brasileiras, por meio do Prêmio Educação Infantil: Boas Práticas de Professores Durante a Pandemia.

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A Educação Infantil, enquanto primeira etapa da Educação Básica, fundamenta o processo educacional e vincula educar e cuidar. Ela tem o objetivo de desenvolver as crianças integralmente, ampliando seu universo de experiências, conhecimentos e habilidades, essencialmente por meio de interações e brincadeiras. A Educação Infantil, ao promover a oportunidade das crianças exercerem um papel ativo no ambiente, permite que elas construam significados sobre si, os outros e o mundo social e natural.

“Notamos um empenho muito grande dos professores no sentido de manter os vínculos com as crianças e as famílias, a aproximação dos laços, e um ganho considerável para a educação infantil, com práticas muito bem fundamentadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, afirma Beatriz Abuchaim, Gerente de Conhecimento Aplicado da FMCSV.

O Prêmio também tem o papel de valorizar os profissionais da Educação Infantil, que costumam ser menos valorizados. “Esses professores têm, em média, salários mais baixos, com jornadas de trabalhos maiores, em relação a profissionais do Fundamental e Médio. Isso costuma acontecer porque há um senso comum errôneo de que esses profissionais não precisam ter formação, porque é só cuidar das crianças. Mas o atendimento nessa etapa vai além do cuidado e envolve todo um atendimento pedagógico que leva a criança a se desenvolver e aprender adequadamente”, destaca Beatriz.

Confira, abaixo, duas das experiências vencedoras do Prêmio Educação Infantil: Boas Práticas de Professores Durante a Pandemia.

Atenção às individualidades

No Centro de Educação Infantil 7 de Taguatinga, no Distrito Federal, os bebês e crianças de 0 a 3 anos com deficiência ou hipótese diagnóstica, com sinais de precocidade para altas habilidades e superdotação, não ficaram sem apoio durante a pandemia. 

Ao lado de uma professora de Educação Física, a psicopedagoga Cecília Rodrigues Nascimento Borges elaborou planejamentos individuais para cada criança, de acordo com suas necessidades de estimulação.

“A princípio foi bem complicado, porque cada criança tinha uma necessidade, então não dava para pensar em um atendimento que englobasse todo mundo, tinha que ser individual. Então primeiro firmamos o vínculo com a família, dando apoio e mantendo contato pelo WhatsApp. Depois elaboramos as atividades usando a ludicidade”, conta Cecília.

Assim, propuseram atividades como construir chocalhos com sucata para acompanhar músicas, brinquedos para estimular o tato e o visual, a construção de uma cabaninha, entre outras propostas. A psicopedagoga também atendeu e apoiou as demandas das famílias, como o caso de uma criança que estava com dificuldades no desfralde. Algumas atividades para exercitar a autonomia facilitaram o processo.

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Algumas das atividades envolviam andar sobre padrões de linhas desenhadas no chão, explorar a própria imagem no espelho e batucar em objetos que produzem sons diferentes

Crédito: Acervo pessoal

“Não podemos deixar as famílias sozinhas e as crianças sem o direito à educação. Esse trabalho remoto nunca vai ter tanta qualidade quanto o presencial, mas vi muitas famílias se superarem e descobrirem a importância que elas têm no desenvolvimento das crianças”, afirma a psicopedagoga.

Os três porquinhos na pandemia

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Depois de ouvir as histórias, as crianças representaram suas próprias casas usando palito de sorvete

Crédito: Acervo pessoal

Logo no começo da pandemia, a professora Drielly Santos, do Centro Municipal de Educação Infantil Madre Tereza de Calcutá, em Ariquemes (RO), percebeu que as crianças estavam sofrendo muito por terem que ficar em casa, sentindo falta de passear, ver os amigos e familiares queridos. Para tentar explicar para elas a importância de resistirem às saudades e ficarem em casa, a educadora adaptou a história dos três porquinhos. 

Nessa nova versão, o temido lobo mau se transformou no coronavírus e não conseguia derrubar a casa dos porquinhos. “Por meio da ludicidade, pude conversar com eles sobre a nossa casa ser o lugar mais seguro para a gente ficar, não importando se a casa era de palha, de madeira ou tijolo”, conta Drielly. 

Depois, as crianças foram convidadas a gravar pequenos vídeos mostrando sua casa, sua rotina, os brinquedos e o que mais gostavam de fazer. As produções foram, então, compartilhadas no grupo da turma uma forma de incentivar a manutenção do vínculo entre as crianças.

“As crianças, principalmente nessa etapa da Educação Infantil, são muito sociáveis. Então mostrar a própria casa e conhecer a dos colegas foi importante para elas se sentirem menos sozinhas”, afirma a professora.

O que é a #Reviravolta da Escola?

Realizado pelo Centro de Referências em Educação Integral, em parceria com diversas instituições, a campanha #Reviravolta da Escola articula ações que buscam discutir as aprendizagens vividas em 2020, assim como os caminhos possíveis para se recriar a escola necessária para o mundo pós-pandemia.

Leia os demais conteúdos no site especial da #Reviravolta da Escola.

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