publicado dia 12/12/2022

6 materiais para saber mais sobre racismo estrutural e ambiental

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Os debates sobre mudanças climáticas e crises ambientais vêm ganhando destaque nos últimos anos devido ao agravamento do cenário. Nessas conversas, é fundamental levar em conta quem são as pessoas mais impactadas pelos efeitos da degradação ambiental. No Brasil, tratam-se de indígenas, quilombolas, ribeirinhos, caiçaras e outras comunidades tradicionais, bem como as populações periféricas, revelando que o racismo estrutural de nossa sociedade também está presente nas questões ambientais.

Leia + Racismo ambiental: o que é e como abordar na escola

A desigualdade no impacto das crises ecológicas é uma das definições de racismo ambiental, tema que foi debatido pela live Hora do Intervalo em novembro e abordou as outras perspectivas em torno do conceito, com a presença de Ana Sanches, pesquisadora sobre questões de desigualdades socioambientais e raça sobre a ótica do racismo ambiental e ecologismo decolonial e assessora de projetos no Instituto Pólis, e Givânia Silva, quilombola, professora universitária, militante, uma das cofundadoras e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).

As especialistas explicaram a fundo o que é racismo ambiental, como ele se manifesta no Brasil e o papel das escolas no apoio ao seu enfrentamento. Além disso, indicaram ler as obras de bell hooks, Carolina Maria de Jesus, Ailton Krenak, Nego Bispo e Silvio Almeida, que apoiam na compreensão do que é o racismo estrutural, conceito essencial para, então, entender o racismo ambiental.

“Leiam o artigo da Ana, leiam o que os indígenas e quilombolas estão escrevendo. Leiam as mulheres negras, jovens e periféricas. Não dá para falar de racismo ambiental lendo quem está apenas no norte global, que inclusive são os responsáveis por boa parte das poluições do mundo”, orientou Givânia. 

Conheça as indicações das especialistas:

O racismo ambiental na metrópole paulistana: entre os becos e vielas de São Paulo, por Ana Sanches

Neste artigo, a pesquisadora utiliza dados do Censo (2010), do Mapa da Desigualdade (2020) e de material jornalístico para demonstrar  como  o  meio  ambiente degradado  e  as  piores  condições  de  vida  estão  determinadas  aos  pobres,  negros  e moradores de periferias da cidade de São Paulo.

Revolta do Cachimbo — A luta pela terra no Quilombo da Caveira, por Gessiane Nazário (Sophia Editoria)

Um dos maiores atos de resistência da região começou com a proibição de fumar cachimbo aos trabalhadores rurais da região da Fazenda Campos Novos, nos anos 50, pelo então proprietário, o italiano Antonio Paterno Castelo. A obra conta como a luta pelo direito de existir por meio das suas tradições e culturas revela, também, a questão dos conflitos fundiários.

Devir quilomba: antirracismo, afeto e política nas práticas de mulheres quilombolas, por Mariléa de Almeida (Editora Elefante)

Ao contar a experiência de dezenas de mulheres quilombolas do Estado do Rio de Janeiro, a autora mostra como a luta também pode ser uma forma de cuidado, como a resistência tem a ver com ternura e como território também é sobre criar espaços seguros. O afeto aparece, portanto, como fio que conecta as pessoas e sustenta as relações territoriais.

Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho, por Malcom Ferdinand (Ubu Editora)

Com prefácio de Angela Davis, a obra do autor martinicano expõe o que chama de “dupla fratura colonial e ambiental da modernidade”, isto é, por um lado, as teorias ecologistas desconsideram o legado do colonialismo e da escravidão e, por outro, os movimentos sociais e antirracistas negligenciam a questão animal e ambiental. Ferdinand propõe, então, uma abordagem interseccional que une o ecológico ao pensamento decolonial, antirracista, em uma crítica ao “habitar colonial da Terra”.

Racismo Estrutural: Uma perspectiva histórico-crítica, por Dennis de Oliveira (Dandara Editora)

O livro mostra que o racismo vai além de comportamentos preconceituosos e alcança a totalidade das dimensões que compõem uma sociedade, articulando o conceito de racismo estrutural às dinâmicas das relações sociais pautadas pelo capitalismo.

Quem é negra/o, no Brasil?, por Najara Lima Costa (Dandara Editora)

A socióloga debate as relações étnicas e raciais no Brasil e o monitoramento e avaliação das políticas de ações afirmativas, particularmente os processos de fraudes no sistema de cotas na prefeitura de São Paulo (SP) e a implantação das comissões de heteroidentificação.

Juarez Xavier fala sobre a importância da escola no combate ao racismo; assista

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