publicado dia 12/06/2024

4 dicas para aproximar currículo e território

Reportagem:

🗒 Resumo: O que é um território e como funciona na prática sua conexão com o currículo escolar? Por onde começar e como engajar os professores? Confira a seguir 4 conteúdos que podem apoiar nestas reflexões e a colocar essa integração em prática.

Na Educação Integral, os conhecimentos que circulam pela escola, desde as Artes até a Língua Portuguesa e a Matemática, precisam dialogar com tudo o que acontece fora de seus muros: uma festa local, os saberes de um artesã vizinha, as culturas e histórias de cada família, uma área verde degradada, até as questões que a sociedade enfrenta como um todo, a exemplo da crise climática e da luta antirracista.

Leia + Educação Integral em Tempo Integral: conheça o Material de Apoio do Centro de Referências em Educação Integral 

Para ajudar as escolas a integrarem seu currículo ao território, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou 4 conteúdos sobre o tema, que podem ser lidos abaixo.

1. Entenda o conceito de território

“O território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é o fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida.”.

Esta pequena citação do geógrafo Milton Santos (1926 – 2001) sintetiza a definição de território. Na Educação, o termo ganha mais uma camada: a de território educativo. Ele pode ser um museu, uma praça, a oficina de uma artesã e espaços religiosos.

Também está na articulação com outras políticas públicas para a garantia de direitos, como postos de Saúde e de Assistência Social. É aquele em que as crianças e adolescentes continuam a aprender e a se desenvolver integralmente, já que isso não se dá só dentro da escola.

Entenda o que significa o termo Território Educativo neste glossário.

2. Envolva os professores

Para que os professores possam aguçar os sentidos para perceber oportunidades educativas ao redor da escola, Diadema (SP) convida os educadores para uma caminhada no entorno da escola todo começo de ano, como uma das etapas do planejamento.

Professores de Diadema (SP) mapeiam o entorno de suas escolas em busca de oportunidades educativas

Crédito: Dino Santos/Prefeitura Municipal de Diadema

Esta é uma forma de compreender a realidade social e cultural dos estudantes, a fim de ter mais ferramentas para engajá-los nos processos educacionais, propor projetos e estudos mais contextualizados e estar atentos a demandas por direitos básicos, como o acesso à escola ou a outros entes da rede de proteção.

Entenda como funciona a proposta na reportagem Professores percorrem o território de Diadema (SP) para planejar aulas mais significativas.

3. Busque experiências práticas para se inspirar

No Centro Educa Mais Professor Ribamar Torres, em Pastos Bons, interior do Maranhão, que atende estudantes de Ensino Médio em tempo integral, professores de Biologia, História e Geografia se uniram para realizar um projeto que conectou os saberes curriculares aos do território.

Junto aos estudantes, fizeram excursões pela mata, mapearam olhos d’água e nascentes, identificaram suas condições ambientais e conversavam com a comunidade local para saber da importância e da história dessas fontes de água. Organizaram, ainda, um mutirão para limpeza destes pontos em que havia lixo acumulado.

O desejo de conhecer mais sobre as plantas do Cerrado partiu dos próprios estudantes

Crédito: Rosa Maria Duarte Veloso

As turmas também passaram a coletar e catalogar as plantas que encontravam no Cerrado, e conversaram com pesquisadores, raizeiros, benzedeiras e artesãos da comunidade para aprender sobre seus usos culturais, sociais e alimentícios. Também começaram a fazer receitas a partir de plantas não convencionais e compartilhar com toda a comunidade.

Leia mais na reportagem “Que planta é essa, professora?” Escola pública promove etnobotânica e decolonialidade no ensino das Ciências.

4. Comece a mapear as oportunidades educativas do seu território

Para ajudar na tarefa de conhecer o que dos arredores se conecta com a história de vida e os interesses das crianças, adolescentes e suas famílias, Jéssica Moreira, jornalista e escritora que investiga diferentes territórios, compartilha algumas estratégias práticas para começar esta caminhada.

São elas: um diário de sala com a história de cada estudante, o exercício “O que você vê da sua janela?”, mapear os locais em que os estudantes brincam e frequentam, e encontrar os locais históricos do bairro.

Saiba mais na reportagem Território educativo: quatro estratégias para investigar o entorno da escola.

Sem provas ou salas de aula, escola atrela currículo ao território em Belo Horizonte (MG) 

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