publicado dia 09/11/2022

Professora de escola pública no RJ estimula a presença das meninas na Ciência

Reportagem:

A desigualdade de gênero é estrutural. Isso significa que ela está presente nas mais diversas áreas e aspectos de nossas vidas. Na trajetória escolar e nas escolhas de carreira, não é diferente. A partir deste entendimento, a Organização das Nações Unidas (ONU) incluiu entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas – e as escolas desempenham um papel central nisso. É nesse contexto que surge o projeto “Meninas na Ciência”.

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Criado em 2019 por Lucineia Alves, que é pós-doutora em Neurociência pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora de Ciências na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (RJ), o projeto atende em média 20 estudantes do 6º ao 8º ano do Ensino Fundamental por semestre. 

“Senti o desejo de abraçar a causa e propor uma ação que estimulasse e incentivasse as meninas que apresentavam um interesse especial pela disciplina de Ciências, então, criei o projeto da disciplina eletiva Meninas na Ciência”, conta a educadora.

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As atividades envolvem experimentos práticos no laboratório da escola

Crédito: Lucineia Alves

Ministrada toda quarta-feira nos dois últimos tempos de aula, as atividades são práticas, embasadas em conhecimentos teóricos da própria aula. As propostas vão desde aprender a mexer em um microscópio e utilizá-lo para ver células vegetais e as próprias células, como as da parte interna da bochecha, até a verificação do pH de substâncias do cotidiano e extração de DNA de frutas. 

Para se inspirar: Confira a atividade “Extração de DNA do morango”, realizada no projeto “Meninas na Ciência” e filmada pela equipe do RioEduca na TV.

“Minha experiência favorita foi a de verificação do pH. Nós fizemos uma mistura no tubo de ensaio de substâncias que usamos em casa e depois colocamos a água que colocamos repolho roxo picado e aí houve mudança de cor. Foi muito legal! Meninas na Ciência foi a melhor eletiva que eu já fiz até hoje. Quem resolver fazer essa eletiva não vai se arrepender. Eu me senti uma super cientista quando comecei a usar o jaleco.”, relata Ana Júlia, estudante do 6º ano que participou do projeto no primeiro semestre de 2022.

Além das propostas pedagógicas, a professora também convida mulheres cientistas para conversar com as adolescentes. Raquel Horta, pesquisadora brasileira que passou os últimos anos na Harvard Medical School, foi uma das palestrantes. “As alunas adoraram conversar com a cientista e acredito que a fala dela foi um grande estímulo a elas”, comemora a educadora.

Para realizar o trabalho, a professora destaca que é essencial o apoio que recebe de seus colegas educadores e educadoras, da gestão da escola em que atua e da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE 1).

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