A Escola da Ponte, que fica em Portugal, materializa os ideais de uma educação integral, inclusiva, pública e democrática. Fundada em 1976, ela atende estudantes de 5 a 14 anos e tem como projeto “Fazer a Ponte”, ou seja, formar cidadãos autônomos, solidários e comprometidos com a democracia.

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“As crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem. Isso não é exceção. É a rotina do dia a dia. A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão a aprender valores. A ética perpassa silenciosamente, sem explicações, as relações naquela sala imensa.”, diz Rubem Alves sobre a escola.

Na Escola da Ponte não existem as tradicionais aulas expositivas, tampouco salas de aula. Os estudantes, que não são divididos por idades, se agrupam com autonomia em um amplo salão, por onde circulam educadores e onde há diversos recursos, como livros, dicionários, internet, vídeos e outras fontes de conhecimento. As conversas são incentivadas. As provas não existem.

A escola foi idealizada por José Pacheco, educador, pedagogo, especialista em Leitura e Escrita, mestre em Ciência da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. É autor de inúmeros livros e artigos sobre educação e indutor de mais de 100 projetos para uma nova Educação no Brasil.

Para conhecer mais sobre a proposta desta escola inovadora, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou 8 livros, vídeos e outros materiais. Confira a seguir:

Escola da Ponte: Formação e transformação da educação, por José Pacheco (Vozes, 2014)

A obra escrita pelo próprio criador da Escola da Ponte detalha o pensamento por trás de decisões tomadas em relação aos tempos, espaços, agrupamentos e o fazer pedagógico. Também explica como a escola funciona no dia a dia e o trabalho dos professores.

Aprender em Comunidade, por José Pacheco

Nesta palestra, José Pacheco fala sobre suas experiências no processo de aprendizagem tradicional e na Escola da Ponte. Sentimentos, quebra de paradigmas e métodos são explorados da origem aos dias atuais.

Blog do José Pacheco

O professor responsável por idealizar a Escola da Ponte mantém um site em que publica artigos periodicamente com reflexões sobre Educação e a contemporaneidade, bem como resgata contribuições de outros(as) pensadores(as) da Educação que contribuíram para repensar o fazer educativo no Brasil e no mundo.

Site da Escola da Ponte

A plataforma da instituição, embora desatualizada, compartilha alguns documentos que podem ser interessantes para compreender como a educação inovadora se materializa. Há documentos como o regulamento interno, o projeto educativo, dispositivos pedagógicos e um plano de melhoria.

A escola com que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir, por Rubem Alves (Papirus, 2004)

Rubem Alves, educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), visitou a Escola da Ponte nos anos 2000 e compartilhou sua vivência nesta obra. No vídeo abaixo, ele também fala sobre a experiência:

Escola da ponte: uma escola pública em debate, por José Pacheco (Cortez, 2017)

Importar um projeto de Educação que funciona no contexto europeu para o Brasil não é a melhor saída. A adequação à cultura, à realidades e às demandas locais é fundamental para a garantia de direitos e a aprendizagem. Nesta obra, Pacheco fala sobre projetos brasileiros inspirados na Escola da Ponte, mas criados no Brasil, para o Brasil.

Aprender com a Escola da Ponte: repensar a Educação, por Cláudia Santa Rosa (D’Niro, 2021)

A autora, que foi Secretária de Educação do Rio Grande do Norte (RN), realizou uma extensa pesquisa sobre a escola em seu doutorado, que agora dá origem ao livro. Cláudia convida os leitores a refletirem sobre as práticas pedagógicas e a pensar possíveis transformações para romper com uma escola hegemônica e obsoleta.

Curso Fazer a Ponte, da Aquifolium

A proposta da formação é permitir que os participantes conheçam em detalhe a experiência e estejam aptos a aplicar em suas escolas e no seu cotidiano novos dispositivos de aprendizagem, estratégias e procedimentos inspirados nesta outra forma de se fazer educação. O curso, que é pago, abre inscrições todos os ano e é possível inscrever-se em uma lista de espera.