publicado dia 08/08/2023
Educação midiática, sustentabilidade e direitos devem permear a política de Educação Integral
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 08/08/2023
Reportagem: Ingrid Matuoka
🗒️ Resumo: Na sexta-feira (4/8) aconteceu o segundo e último dia da etapa Centro-Oeste do ciclo de seminários “Programa Escola em Tempo Integral: princípios para a Política de Educação Integral em tempo integral”.
Para encerrar o dia, acontece o painel “Os temas contemporâneos transversais em diálogo com a Educação Integral nos territórios”. Mais cedo, especialistas e educadores(as) conversaram sobre os atuais desafios e propostas para o Ensino Fundamental e o Médio.
Organizados pelo Ministério da Educação (MEC), os encontros vão acontecer em todas as regiões do Brasil, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da pasta.
A contemporaneidade é marcada por desafios em relação às tecnologias digitais, a garantia de direitos e a sustentabilidade. Estes foram os eixos de discussão do último painel da etapa Centro-Oeste do ciclo de seminários “Programa Escola em Tempo Integral: princípios para a Política de Educação Integral em tempo integral”.
O debate, que aconteceu nesta sexta-feira (4/8), abordou “Os temas contemporâneos transversais em diálogo com a Educação Integral nos territórios”. Assista ao evento na íntegra:
Diante de um contexto em que 33 milhões de brasileiros convivem com algum nível de insegurança alimentar, em que há excesso de alimentos ultraprocessados, desperdício de comida e uso de agrotóxicos, o trabalho com uma alimentação saudável precisa começar na Primeira Infância.
“Há também a questão da perda da biodiversidade e das mudanças climáticas. A alimentação pode ser o fio condutor para trabalhar tudo isso com as crianças e adolescentes”, disse Ariela Doctors, especialista em Educação Sistêmica Integral e uma das fundadoras do Instituto Comida e Cultura.
As tecnologias digitais, cada vez mais popularizadas, por um lado ampliam a oportunidade de acessar uma pluralidade de informações, opiniões, visões e de socializar. Por outro, há disseminação de discursos de ódio, desinformação e mecanismos de promoção à violência online e offline, o que demanda atenção do trabalho pedagógico.
“Que leitura de mundo estamos proporcionando em sala de aula?”, questionou Mariana Filizola.
De acordo com um levantamento da OCDE de 2021, 7 em cada 10 jovens de 10 a 15 anos não sabem distinguir fatos de opiniões, por exemplo.
“Que leitura de mundo estamos proporcionando em sala de aula? Educação Midiática não é uma disciplina a parte, mas deve ser trabalhada forma transversal e contextualizada à realidade dos estudantes”, explicou Mariana Filizola, que está à frente da Coordenação-Geral de Educação Midiática, da Secretaria de Políticas Digitais ligada à Secretaria de Comunicação da Presidência da República.
“Quem tem dor, fome e frio não aprende”, sintetizou Alelis Izabel De Oliveira Gomes, diretora da Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad, em Campo Grande (MS), ao abordar a importância da escola se articular à rede de proteção integral dos estudantes e suas famílias.
Ela conta que na rede, os estudantes do tempo integral fazem quatro refeições preparadas por nutricionistas e têm acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais. Esse cuidado também se estende aos professores e professoras.
“Precisamos de uma política pública contra o abuso sexual de nossas crianças e o tempo integral tem uma importância grande nisso, de proteger e observar como elas estão. Mas quem faz isso são os professores, que muitas vezes também não estão bem. Eles estão sofrendo e precisam de cuidados”, disse.
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