publicado dia 13/07/2021
Projetos oferecem apoio emocional e escuta a educadores e estudantes
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 13/07/2021
Reportagem: Ingrid Matuoka
Para auxiliar educadores e estudantes a enfrentarem um segundo ano de pandemia e as várias perdas e angústias que o momento traz, o Quero na Escola e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançaram projetos de acolhimento e apoio emocional gratuitos para todo o país.
Em 2020, o Quero na Escola realizou, em parceria com a Fundação SM, a primeira edição do projeto Apoio Emocional para Professores. Foram atendidos mais de 2 mil educadores que, àquela época, enfrentavam a mudança brusca que o fechamento das escolas causou, a incerteza e o medo do futuro e o desafio de repensar todo o fazer pedagógico e o papel da escola.
“Esse ano já é mais um luto acumulado das várias perdas de familiares e amigos, sem a cerimônia devida, sem escuta e sem tempo para processar, junto com o luto pela perda da rotina que tínhamos antes, da escola, do modo como aprenderam a se organizar e a trabalhar. Também aparecem muitos professores decepcionados, que esperavam que a tecnologia e a escola do século 21 viessem e funcionassem de outra forma”, relata Cinthia Rodrigues, cofundadora do Quero na Escola.
O projeto já recebeu mais de 500 pedidos de atendimento e 140 deles já foram encaminhados. As inscrições seguem abertas, tanto para os voluntários quanto para os professores que desejam pedir atendimentos para eles próprios ou para seus grupos de estudantes.
“Temos muitos pedidos de escuta coletiva, da escola querendo fazer uma formação, do professor pedindo ajuda para conversar com os estudantes. Por mais que esses educadores sejam acolhedores, eles também não estão no seu melhor para fazer isso, e as crianças e adolescentes estão muito mal, é muito choro”, conta Cinthia.
É a partir dessa mesma percepção que o Unicef lançou o Pode Falar, um canal de ajuda em saúde mental para quem tem de 13 a 24 anos. Em parceria com uma série de instituições, como o Centro de Valorização da Vida (CVV) e a Associação pela Saúde Emocional de Crianças (ASEC), a plataforma oferece um espaço para acolhimento individual, de forma confidencial e gratuita.
Além disso, o projeto também traz conteúdos confiáveis sobre como se ajudar e ajudar outras pessoas, e depoimentos de adolescentes e jovens que conseguiram superar situações difíceis.
“Você que tem crises de pânico queria te lembrar: nunca se culpe por ter uma crise, a culpa NÃO é sua por chorar ou por não estar bem o tempo inteiro, você deu o seu melhor naquele momento, e tudo isso não é sinal de fraqueza. Lembre-se, enquanto houver vida, há esperança e você vai conseguir sair dessa mesmo parecendo não ter um fim”, escreveu uma pessoa de 20 anos na plataforma.
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