publicado dia 10/07/2019
10 mitos sobre a universidade pública brasileira
Reportagem: Da Redação
publicado dia 10/07/2019
Reportagem: Da Redação
As universidades públicas brasileiras são frequentemente rotuladas de “torres de marfim” e acusadas de viverem “de costas” para a sociedade. Não é verdade. As universidades públicas prestam uma série de serviços importantes à sociedade, por meio de hospitais, museus, orquestras, teatros e outras atividades diversas de “extensão” — como são chamados esses serviços de atendimento à população.
Só a USP tem 4 museus e 15 coleções, que recebem quase meio milhão de visitantes por ano, e cinco hospitais públicos, entre eles o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, que em 2018 realizou quase 1,5 milhão de atendimentos e 50 mil cirurgias.
A Universidade também oferece centenas de cursos gratuitos e disponibiliza 5 mil vagas para pessoas acima de 60 anos estudarem de graça na universidade.
As universidades públicas não colaboram com a indústria, não ajudam o setor produtivo, são contra a iniciativa privada, etc e tal. Você já deve ter ouvido alguma frase dessas por aí.
É uma generalização injusta. O que vem ocorrendo, na verdade, é um aumento das colaborações entre universidades públicas e empresas privadas, apesar dos muitos entraves burocráticos e culturais que dificultam essa interação.
A Escola Politécnica da USP, por exemplo, abriga uma parceria de R$ 200 milhões
com a Fapesp e a Shell, para pesquisas inovadoras no setor de gás. Não por acaso, o núcleo de pesquisas tecnológicas da Petrobras também fica dentro de um campus universitário, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a qual a empresa colabora intensamente desde a década de 1970.
O Centro de Química Medicinal da Unicamp trabalha com três empresas farmacêuticas e de biotecnologia na busca de novos medicamentos; enquanto que o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia USP/Ipen (Cietec) tem mais de 100 empresas incubadas e 150 graduadas no currículo.
São apenas alguns exemplos emblemáticos, entre muitos que existem por aí.
Depende. Em relação a quê? O orçamento da USP é de R$ 5 bilhões e meio. É errado pegar esse valor e simplesmente dividir por seus 90 mil alunos de graduação e pós-graduação.
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Este conteúdo foi publicado originalmente no Jornal da USP.
Pesquisa e produção de texto:
Aline Naoe, Denis Pacheco, Hérika Dias, Herton Escobar e Luiza Caires
Produção de vídeo:
Thales Figueiredo e Lorena Weinketz
Apresentadora do vídeo:
Inaê Santiago
Diagramação:
Thais H. Santos