publicado dia 14/09/2022

Pesquisa mapeia desafios e transformações de escolas e redes durante a pandemia

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A pandemia e o fechamento das escolas pelo Brasil exigiu que toda a Educação fosse modificada e repensada, em meio a um contexto social e político permeado por ampliação das desigualdades e violações de direitos. Para mapear esse cenário que se desenrolou entre 2020 e 2022, surge a pesquisa “Territórios Educativos e Educação Integral em tempos de crise”, realizada pela Associação Cidade Escola Aprendiz.

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A primeira fase da pesquisa, que ouviu 27 experiências de escolas e redes educacionais de todas as partes do Brasil, trouxe como um dos resultados a elaboração de um diagnóstico, que faz um panorama político do período, como o corte de investimentos em Educação, o descumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE) e outros retrocessos nas políticas públicas. 

Há também dados sociais que revelam aumento da pobreza, da insegurança alimentar e da fome, do trabalho infantil, das violências contra crianças e adolescentes e do sofrimento psíquico. 

Já em relação aos dados educacionais, há informações sobre acesso à Educação, desafios de cada etapa da Educação Básica e questões envolvendo inclusão, alfabetização, evasão e a educação quilombola e indígena durante a pandemia. 

“Colhemos percepções dos sujeitos dessas experiências, como educadores(as), coordenadores(as) pedagógicos, gestores(as) escolares e técnicos(as) das Secretarias de Educação, sobre os desafios e caminhos para enfrentamento do cenário atual. Esses dados ajudam a ampliar nossa visão sobre a complexidade dos desafios que precisam ser enfrentados de forma sistêmica”, explica Helena Freire Weffort, formadora de educadores e pesquisadora do Aprendiz que conduz o estudo. 

E agora? 

A pesquisa é o ponto de partida para um processo de co-criação que está em andamento agora. Ao longo de seis encontros mensais, vão se reunir educadores(as), técnicos de Secretarias de Educação, assistentes sociais, agentes de Saúde, agentes do Sistema de Garantia de Direitos, membros de organizações sociais que atuam pela defesa do direito de crianças e adolescentes, entre outros atores. 

O objetivo é que o grupo possa fortalecer e disseminar as estratégias bem sucedidas que surgiram na pandemia e criar outras que possam ajudar a dar conta dos desafios atuais na Educação, criando uma escola mais contemporânea e contextualizada. 

“A participação dos estudantes e a produção coletiva dos professores, por exemplo, têm aparecido como duas estratégias que têm ajudado escolas e redes a enfrentar o contexto e podem ser intensificadas”, conta Helena.

Ao reunir especialistas de diferentes áreas, a pesquisa também valoriza a intersetorialidade, necessária para dar conta da garantia dos múltiplos direitos de crianças e adolescentes. A rede de Jundiaí (SP), por exemplo, faz parte do grupo e há anos trabalha pelo desemparedamento da escola – isto é, aproveitam áreas livres e verdes da escola e do entorno para ensinar e aprender – e dependem da articulação intersetorial entre as áreas de Educação, Transporte, Segurança, Cultura e outros equipamentos do território para fazer isso acontecer.

“Nosso objetivo é ouvir especialistas de diferentes áreas para consolidar essas trilhas possíveis de mudanças para as escolas hoje e no futuro, para que sejam escolas que olhem de forma integral para seus estudantes, que levem em conta o território e as comunidades, com sentido para todos e todas. É também uma forma de fortalecer esse movimento, de estar junto com mais pessoas”, afirma a pesquisadora. 

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