publicado dia 02/03/2016
“Olimpíada se molda como política de formação de professores”, afirma Mercadante
Reportagem: Ana Luiza Basílio
publicado dia 02/03/2016
Reportagem: Ana Luiza Basílio
“Hoje uma em cada cinco crianças não aprende a ler o que deveria até os oito anos de idade; uma em cada três não escreve o que deveria escrever; e uma em cada duas não sabe as operações básicas da Aritmética e da Matemática. Se a gente não resolver isso, não resolve a educação de uma parte muito importante da nossa população, porque sem ler e escrever, em algum momento, essa criança vai abandonar a escola”. A fala do Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, situou as expectativas que se colocam acerca da quinta edição da Olimpíada de Língua Portuguesa – Escrevendo o Futuro, lançada na quinta-feira (25/02), em São Paulo.
Desde o início, o programa – realizado pela Fundação Itaú Social, Ministério da Educação (MEC), e sob coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) – tem como objetivo aprimorar a didática dos docentes de Língua Portuguesa, desenvolver as competências de leitura e escrita nos estudantes e contribuir com a melhoria do ensino público.
Para Mercadante, a iniciativa vem se moldando como uma política de formação de professores no país. “Ela não só trabalha com os estudantes, como tem um olhar continuado para com os professores no que diz respeito ao acompanhamento, aos estímulos pedagógicos, ao crescimento de alunos e professores em suas práticas”, colocou.
Na visão da superintendente do Cenpec, Anna Helena Altenfelder, isso se traduz a partir de uma formação que possibilita reflexões sobre a prática docente e permite ao professor um papel colaborativo, de autoria e autonomia.
Diálogo com a educação integral
Angela Dannemann, superintendente da Fundação Itaú Social, entende que a Olimpíada também reforça a importância da educação na perspectiva do desenvolvimento integral. “Estamos falando de uma compreensão não só das aulas de Língua Portuguesa, mas de todos os outros conteúdos que se apresentam dentro e fora da escola. Saber se expressar amplia repertórios e a capacidade de compreensão do mundo, o que favorece a cidadania”, colocou.
A questão da valorização territorial também é bem vista pelos especialistas. O vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antônio Jacinto Matias, entende que o tema “O lugar onde vivo” faz com que as escolas abram suas portas e interajam com as comunidades. “É de extrema importância considerarmos como as nossas crianças leem o lugar em que vivem. A verdadeira emancipação de cada ser humano passa necessariamente pelo conhecimento, pela educação, pelo aumento da autoestima, e a Olimpíada tem esse papel”, sentenciou.
Sobre a Olimpíada
Direcionada a professores das redes públicas estaduais e municipais, a iniciativa segue com as inscrições abertas até o dia 30 de abril. Para que os docentes e estudantes interessados possam participar, é necessário que as secretarias de educação façam a adesão.
Podem ser inscritos trabalhos em quatro gêneros: poemas para alunos dos 5º e 6º anos do Ensino Fundamental, Memórias Literárias para 7º e 8 º anos, Crônica para 9º e 1º do Ensino Médio e Artigo de Opinião para estudantes do 2º e 3 º ano do Ensino Médio.
Para apoiar no desenvolvimento das atividades, o programa de formação continuada é amparado por material formativo que auxilia os professores nas oficinas de produção de texto. Os conteúdos estão disponíveis em www.escrevendoofuturo.org.br