publicado dia 11/07/2017

10 mulheres educadoras essenciais para a educação integral

Reportagem:

Das que nasceram no século passado às que continuam a atuar nos dias de hoje, o Centro de Referência em Educação Integral selecionou 10 educadoras essenciais para refletir e construir uma escola integral, isto é, que desenvolva as múltiplas potencialidades das crianças e jovens.

Algumas são responsáveis por contribuições teóricas, outras dedicadas à atuação e construção de políticas públicas ou à gestão de centros educacionais. Cada uma à sua maneira, essas educadoras propõem formas diferentes de valorizar a aprendizagem. Abaixo, conheça alguns nomes indispensáveis para o debate da educação integral:

Macaé Evaristo

Macaé Evaristo é secretária de Educação do estado de Minas Gerais desde 2015, sendo a primeira mulher negra a assumir o posto. Também foi Secretária de Educação de Belo Horizonte (MG), de 2008 a 2012, e uma das responsáveis pelo programa de educação integral do município, o Escola Integrada.

A educadora é hoje uma das principais difusoras da educação para as relações étnico-raciais, responsável pela articulação de diversas ações de educação ambiental, em direitos humanos, educação de pessoas com deficiência, do campo, indígena, quilombola e de jovens e adultos.

Eda Luiz

Na região periférica de São Paulo, Eda Luiz dirige o Cieja Campo Limpo, uma escola de ensino fundamental da rede municipal voltada para a Educação de Jovens e Adultos.

Com flexibilidade de horários para atender os que trabalham ou precisam faltar, os alunos são distribuídos em quatro módulos de acordo com seu nível de conhecimento: alfabetização, pós-alfabetização, intermediário e final.

Os estudantes têm mais de 15 anos e vieram de diferentes lugares: foram expulsos da escola, são trabalhadores que resolveram terminar os estudos, idosos e todo o tipo de estudante que o ensino regular teve dificuldades de absorver, como cegos e surdos. Dos quase 1.300 alunos matriculados, 300 têm deficiência física ou mental, fruto de um projeto que prioriza a inclusão.

O sucesso do modelo implementado pela educadora foi tamanho que tornou-se referência para todos os demais Ciejas da rede paulistana.

Maria Victoria Benevides

A socióloga e professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo é uma das principais referências em educação em direitos humanos na escola para a democracia.

Com especialização em ciência política e do direito, a educadora defende que os direitos humanos compreendem também direitos socioeconômicos, culturais e ambientais e são transversais, isto é, não se esgotam em uma disciplina. Também luta para que haja nas escolas uma formação em valores da liberdade, igualdade, solidariedade, tolerância e paz – mais pelo convívio do que pela teoria.

Therezita Pagani

Em 1975, Therezita fundou a Te-Arte, uma escola para crianças de até 7 anos, onde a música é instrumento de alfabetização e os eventos esportivos valorizam não o mais forte ou o mais veloz, mas as equipes que trabalham unidas, com respeito e disciplina.

A música também pode ser instrumento de alfabetização segundo Therezita Pagani

Crédito: Shutterstock

Ali, as crianças passam parte do tempo fora da sala de aula, em um quintal com árvores, e realizam atividades como música, dança, teatro e o manuseio de tintas e argila. Tudo isso com a finalidade de interagir com a natureza, exercitar o lúdico, vivenciar histórias, pensar, criar, aprimorar a coordenação motora e, principalmente, sentir.

Nísia Floresta

No século XIX, a primeira escola a ensinar conteúdos científicos para mulheres foi aberta e dirigida por Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto (1810 – 1885), que também é considerada a primeira feminista brasileira.

O feito se deu em 1838, quando Nísia tinha 28 anos. A escola, localizada no Rio de Janeiro e batizada de “Colégio Augusto”, passou a ensinar gramática, escrita e leitura do português, francês e italiano, ciências naturais e sociais, matemática, música e dança às meninas.

Tia Dag

A Casa do Zezinho, fundada nos anos 70 por Dagma Rivieri, é um espaço de oportunidades de desenvolvimento para crianças e jovens que vivem em situações de alta vulnerabilidade social.

Dagma recebia, por exemplo, filhas de refugiados políticos de zonas de conflito e ditaduras na América Latina. Hoje, a escola localizada na zona sul da cidade de São Paulo oferece educação, saúde e alimentação para crianças e jovens da periferia, além de cursos de gastronomia, orquestra e coral, oficina de mosaico, brincadeiras como método de ensino, esportes e outras atividades.

Ana Mae Barbosa

Uma das fundadoras da arte-educação no Brasil, Ana Mae Barbosa é referência em escolas, museus e faculdades de pedagogia no mundo todo.

Ela propõe mais liberdade expressiva para os alunos, o direito à arte e potências interdisciplinares que abram espaço para o desenvolvimento criativo das crianças e adolescentes.

Para a educadora, a arte como cultura e expressão é essencial por ser uma linguagem complementar à verbal, desenvolvendo diferentes habilidades nos estudantes e alargando a interculturalidade.

Flávia Schilling

Hoje a educadora dedica-se à carreira acadêmica e, na área da educação, publicou diversas obras sobre insegurança, direitos humanos e violência nas escolas.Socióloga, pedagoga e professora, Flávia Schilling também é sobrevivente das violências da ditadura no Uruguai, onde ficou como presa política por 7 anos.

Cecília Meireles

Além de ser um dos grandes nomes da literatura brasileira, Cecília Meireles (1901 – 1964) se destaca por sua contribuição expressiva à literatura infantil, com poesias, livros, peças teatrais e cantigas de roda, sendo referência para os educadores que trabalham nesta área.

A autora também fundou a primeira biblioteca infantil do país, no Rio de Janeiro, trabalhou na Rádio Ministério da Educação e é uma das signatárias do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que defendia uma escola pública, gratuita, laica e obrigatória, proporcionando o desenvolvimento integral dos indivíduos em todas as etapas de seu crescimento.

Maria Amélia Pinho Pereira

Maria Amélia, também conhecida como Peo, entende que cultivar a imaginação, o corpo e a interação livre entre as crianças colabora para o desenvolvimento integral dos seres.

Crianças brincam na Casa Redonda, espaço que valoriza o imaginário

Crédito: Casa Redonda/Divulgação

Para cumprir essa finalidade, fundou a Casa Redonda, um espaço em meio à natureza que recebe 30 crianças de dois a seis anos. Lá, as atividades propõem a descoberta de seu lugar de expressão por meio de brincadeiras, tanto as já existentes quanto as inventadas pelos grupos.

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