publicado dia 20/03/2023
Em livro, professores compartilham a experiência de construir uma educação antirracista
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 20/03/2023
Reportagem: Ingrid Matuoka
Em uma conversa de professor para professor, o livro gratuito Construindo uma Educação Antirracista – Reflexões, afetos e experiências, da Editora CRV, apresenta uma série de artigos sobre a educação antirracista na prática.
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“Para além da denúncia do racismo, precisamos anunciar modos de existir antirracistas. E, como nos ensina o ideograma da Sankofa, retornar ao passado (distante ou próximo) para (re)significar o presente e construir, a cada dia, modos de educar racialmente equitativos, inclusivos e democráticos”, diz um trecho da obra.
O livro é fruto da construção de uma educação antirracista na Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (MG). O projeto foi contemplado em 2020 pelo Edital Equidade Racial na Educação Básica, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT).
Ancorado em leis como a 10.639/2003 e a 11.645/2008, que instituíram a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura africana, afrobrasileira e indígena em todas as escolas do país, a obra apresenta os caminhos trilhados para decolonizar a instituição escolar e o currículo.
Na obra, professores e professoras escreveram 30 artigos para compartilhar a trajetória de promover a educação antirracista na escola, um processo que nunca pode ser dado por concluído, mas deve permanecer em contínuo movimento.
Nos relatos dos educadores, eles apontam a impossibilidade de separar experiência, afeto e reflexão nessa construção. “Educar é um ato político, constituído de afetividade e reflexão”, diz o prefácio da obra.
Outro campo fundamental é o território. Assim, estabelecem diálogos com autoras e autores de várias regiões do Brasil, ecoando vozes das comunidades acadêmica, artística, congadeira e iorubá.
“Pensar em educação antirracista é assumir a contramão dos movimentos de exclusão e violência, compreender as marcas coloniais que persistem, com força, no cotidiano contemporâneo e atuar por sua superação”, afirma a obra.