publicado dia 31/08/2023

Educação ribeirinha: professora alia livros à natureza na zona rural de Manaus (AM)

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🗒Resumo: A professora Izabeth Fonseca dos Santos, que leciona na EM Francisco Coelho, zona rural de Manaus (AM), começou a levar a turma para ler à sombra de árvores às margens do Lago do Puraquequara, que fica próximo à escola. A atividade vem estimulando o prazer pela leitura e viralizou após a filha da professora compartilhar a experiência da mãe nas redes sociais. 

As águas do Lago do Puraquequara, na zona rural de Manaus (AM), viraram espaço de aprendizagem para as crianças da Escola Municipal Francisco Coelho. Desde o começo de agosto, a professora Izabeth Fonseca dos Santos vem apostando que estar em meio à natureza motivaria seus estudantes de 3º a 5º ano do Ensino Fundamental a gostar de ler. 

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Sobre um tecido amarelo estendido às margens do lago, as crianças se deitam para ler o livro Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett, foco do estudo da turma no momento. 

Conforme leem, pássaros, insetos e outros pequenos bichos compõem a paisagem sonora ribeirinha, que se mistura à história de amizade entre o menino acamado e a pequena jardineira. “Foi legal porque estávamos debaixo das árvores”, conta o estudante Eduardo Santos, de 10 anos.

“Vamos uma vez por semana para fora da sala de aula e vi que eles estão gostando e lendo mais”, relata Izabeth.

“Aqui é o ambiente deles, o que fiz foi unir isso à atividade escolar, porque podemos aprender em qualquer lugar. Em meio à natureza, há uma probabilidade maior de se concentrar e deixar a imaginação viajar”, observa a educadora.

Muitos de seus estudantes chegam ao 5º ano com dificuldades de leitura. Por isso, motivá-los a ler é uma de suas principais missões hoje. “Vamos uma vez por semana para fora da sala de aula e vi que eles estão gostando e lendo mais”, relata Izabeth.

Estar próximo à natureza também reforça a necessidade de cuidar e preservar a fauna e a flora. Recentemente, enquanto realizavam essa atividade ao ar livre, uma das crianças alertou a professora para um pequeno inseto próximo a ela. “Ele falou para eu ter cuidado para não pisar – eu também aprendo com eles”, diz.  

Quando falta energia elétrica na escola, o que infelizmente acontece com frequência, a professora também passou a levar os estudantes, com suas carteiras, para a sombra da árvore mais próxima – uma forma de lidar com a situação enquanto o poder público não resolve a questão.

“Antes, a gente ia embora. Está sendo surreal esse jeito de estudar sem paredes e é uma forma de oportunizar que eles tenham acesso aos conhecimentos, que é direito deles”, reforça a educadora.

A foto da turma lendo à beira do rio viralizou na internet após uma postagem da filha da professora:

“Agora temos instituições querendo doar livros para nós e a foto está circulando demais. Tomou proporções que eu não esperava”, conta Izabeth.

Projeto Rotas e Redes Literárias estimula o prazer da leitura nas escolas

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