publicado dia 15/05/2019

Conheça 10 brasileiros que foram às manifestações pela educação

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Estudantes, professores, pesquisadores e famílias ocuparam, nesta quarta-feira, 15 de maio, as ruas de mais de 200 cidades e do Distrito Federal em defesa da educação. 

Ainda que seus cartazes, camisetas e falas expressassem diferentes desejos contra os cortes nos investimentos na Educação, a Reforma da Previdência, ou pela defesa e melhoria das escolas e universidades públicas o objetivo que os uniu era um: o direito à educação pública, laica e de qualidade, para si e para todos e todas.

As manifestações ocorreram após o governo Bolsonaro anunciar o contingenciamento de recursos, que afeta da Educação Básica ao Ensino Superior, e chega a quase R$ 7,4 bilhões.

Imagem aérea da Avenida Paulista, em São Paulo, neste 15 de maio

Crédito: Mídia NINJA

Em São Paulo (SP), crianças, adolescentes, professores, pesquisadores, famílias e estudantes de nível superior estiveram na Avenida Paulista. De lá, os manifestantes seguiram para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), onde o ato se encerrou.

Conheça as trajetórias e desejos de 10 brasileiros que foram à Avenida Paulista neste 15 de maio:

Aos 7 anos, Marina está no 2º ano do Ensino Fundamental e foi à manifestação com a família. “É pra lutar pela educação, porque eu gosto de tudo na minha escola”, disse. Sua irmã, Sofia, tem 13 anos, está no 7º ano, e contou que espera que Bolsonaro mude de ideia sobre os cortes: “Com tanta gente aqui, alguma iniciativa tem que ser tomada. Se a escola acabar, eu não sei do que eu vou viver.”

Professores participaram do ato na Avenida Paulista

Crédito: Natália Passafaro

Para Lina, aluna do 8º ano do Fundamental, a escola é essencial para aprender História e Ciências, mas que também é “para aprender como tratar as outras pessoas, a ter respeito com as diferentes dos colegas, e principalmente para aprender a conviver no mundo”.

Manifestantes ocuparam quase toda a extensão da Avenida Paulista entre a Consolação e a Brigadeiro

Crédito: Natália Passafaro

“Eu sei que se a gente não vier para a rua falar o que pensa, nada nunca vai mudar”, disse Flávia Assis, 17 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio de uma escola pública.

A revogação dos cortes nos investimentos foi uma das principais reivindicações

Crédito: Natália Passafaro

“Estou aqui não por vínculo a um partido, mas pela minha crença de que a educação é ferramenta de mudança”, afirmou Fabiane Bicalho, de 42 anos, professora e pós-graduanda na Universidade de São Paulo (USP). Ela estava acompanhada de duas adolescentes, e contou que se ofereceu para ir com elas. “Acho importante elas estarem engajadas, porque logo vão prestar vestibular e precisam de um ensino público de qualidade.”

 

Crianças de todas as idades também participaram da manifestação

Crédito: Natália Passafaro

“Como pode o governo ter tanto dinheiro, deputado andando de helicóptero a qualquer hora, e eles cortarem da educação, que é a base da nossa sociedade?”, questionou Maria Cecilia Ferreira, de 17 anos.

Defesa das universidades públicas foi outra pauta do ato

Crédito: Natália Passafaro

Daniele Oliveira, de 29 anos, é formada em Obstetrícia pela USP, onde agora cursa Saúde Pública. Ela contou que foi graças à sua trajetória em escolas públicas que hoje ela pode estar no Ensino Superior. “Trabalho no SUS, onde há grande preocupação com o futuro da área. E estou aqui hoje porque esses cortes são a primeira forma de acabar com o ensino público e, como estudante desde sempre de escolas públicas, sei que os impactos serão severos”, alertou.

Estudantes e pesquisadores foram às ruas em defesa da qualidade e gratuidade da educação

Crédito: Natália Passafaro

“É imprescindível que todos os professores estejam juntos, defendendo os investimentos em educação. Porque verba para educação não é custo, é investimento”, disse Silvia Panazzo, 54 anos, que compõe a diretoria da Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (ABRALE).

Estudantes, crianças e professores seguram uma das faixas durante o protesto

Crédito: Natália Passafaro

“Eles têm medo da escola pública, porque sabem que lá tem pensamento crítico, com gente da esquerda e da direita. O que a gente precisa não é de Escola Sem Partido, é de valorização dos profissionais da educação. Tem vezes que não tem papel higiênico, que o banheiro fica quebrado por uma semana. Esses cortes mostram que a desvalorização da escola é um projeto político”, afirmou Gabriel Rodrigues dos Santos, 18, estudante de uma escola pública de São Paulo.

A defesa do SUS também levou manifestantes às ruas

Crédito: Natália Passafaro

“Eles tiram dinheiro da educação e dos mais pobres porque estão olhando só para eles, para os políticos e a elite, e então danem-se os pobres. Mas se o rico tem direito de fazer uma faculdade, o pobre também deve ter, aliás, é ele principalmente que precisa desse direito”, disse Catarina Coimbra, 16 anos.

Questionado sobre os protestos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a maioria dos participantes era formada por “idiotas úteis” e “imbecis” que estão sendo usados por militantes. “É natural [que haja protesto]. Mas a maioria ali é militante. Se você perguntar quanto é sete vezes oito, não sabe… São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”, afirmou durante entrevista em Dallas, no Texas (EUA).

 

*Até o fechamento desta reportagem, o ato se encerrou sem conflitos entre manifestantes e Polícia Militar.

A escola brasileira como projeto de país

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