publicado dia 07/11/2022
As eleições para o Congresso Nacional e a educação política nas escolas
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 07/11/2022
Reportagem: Ingrid Matuoka
A Hora do Intervalo deste mês debateu a eleição dos novos deputados(as) e senadores(as) para o Congresso Nacional e como isso pode impactar as políticas públicas de Educação que devem ser debatidas no ano que vem, bem como o papel das escolas em aproximar as crianças e adolescentes da vida política.
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Salomão Ximenes, professor do Bacharelado em Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC), foi um dos convidados para o debate e afirmou que o equilíbrio de forças no Congresso Nacional se mantém que desfavorável para quem luta pela educação pública, mas segue aberto à mobilização e participação social.
“Há um aumento da ultradireita na Câmara com o fato do Partido Liberal (PL) ter eleito o maior número de deputados. Por outro lado, houve uma diminuição da representação do Partido Novo, que agora não tem praticamente nenhum deputado e, nos últimos anos, teve um papel muito ativo de ataque à escola pública, de reduzir o compromisso do Estado brasileiro com o financiamento da escola pública”, explicou Salomão.
Entre os novos parlamentares, também foram eleitas muitas mulheres negras, indígenas e LGBTQIA+, um ponto que o professor João Lucian Ferreira da Silva, da rede estadual de Educação do Estado do Ceará, aproveita para debater com seus estudantes de Ensino Médio. Durante a live, ele compartilhou sua metodologia “Nossas vozes, nossos corpos. Presentes!“, que promove a educação política e discute a importância da representatividade.
O projeto começa com um diagnóstico do perfil da turma em relação a gênero, sexualidade, renda, religiosidade e percepções da política. Em seguida, começam a debater conceitos como modelos e limites da democracia, participação e cidadania, a partir de fotografias de notícias atuais.
Depois, os estudantes se dividem em grupos e simulam uma equipe de governo eleita. Cada grupo escolhe três pautas objetivas, como Educação, Saúde e Segurança, e três subjetivas, como legalização das drogas, descriminalização do aborto e redução da maioridade penal, e constroem seus argumentos e planos de governo em torno desses pontos.
“Esse é um momento muito rico, porque é quando eles têm que se deparar com a opinião do outro e eu como professor por perceber as ideologias que meus alunos alimentam”, comentou João.
Em seguida, cada grupo socializa seu projeto de país com a turma toda, que tem a oportunidade de reagir, incrementar e questionar as propostas. Por fim, o professor retoma o questionário inicial da turma e debate em que medida eles se sentiram representados nas propostas de governo elaboradas.
“Em geral eles se dão conta de que sim, de que estavam representados nessas propostas. Então refletimos sobre representação e representatividade, porque se estavam inclusos ali, é porque foram eles que fizeram, a partir de suas realidades, vozes e corpos – por isso a importância da representatividade na política”, explicou o educador.
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