publicado dia 14/08/2023
7 materiais para apoiar a prática da Educação Antirracista na Primeira Infância
Reportagem: Da Redação
publicado dia 14/08/2023
Reportagem: Da Redação
🗒️ Resumo: Durante a live Hora do Intervalo de julho, educadoras Carolina Hamburger e Rita Santos debateram como acontece a Educação Antirracista na Primeira Infância em escolas públicas brasileiras, sua importância e condições para que ela possa se materializar, como a formação docente. Confira 7 dicas de materiais para estudar o tema e assista à live.
“Não subestimem as crianças pequenas e a capacidade delas de perceber o mundo, as injustiças e de também lutar pela igualdade e a valorização da diversidade”, disse a professora Carolina Hamburger, que atua na EMEI Nelson Mandela, em São Paulo (SP), durante a Hora do Intervalo de julho.
Leia + Professora alfabetiza crianças a partir de rodas de conversa e educação antirracista
A live, que abordou a importância da Educação Antirracista na Primeira Infância também ouviu a professora Rita de Cássia Silva Santos, da CMEI Castro Alves, em Salvador (BA), cujo território e comunidade é remanescente de quilombo e frequentemente atingido por deslizamentos de terra e alagamentos.
“Que a escola seja um porto seguro para a comunidade, que esteja a serviço dela”, disse a educadora, “porque uma escola que acolhe a criança, sua família e a comunidade, passa a formar toda uma rede”.
As educadoras ressaltaram quanto a Educação Antirracista na Primeira Infância depende da relação da escola com as famílias e os territórios. Isso vai desde apresentar a proposta pedagógica e formar também este adultos para as relações étnico-raciais, até mobilizar a rede de proteção intersetorial para proteger e garantir direitos de crianças, famílias e da comunidade.
Durante a conversa, as especialistas compartilharam como a Educação Antirracista começou a ser implementada em suas unidades, os desafios e as potências de concretizá-la e deram dicas de materiais para estudar o tema e colocá-lo em prática. Confira a seguir.
Site Afroinfância
A plataforma foi criada em 2017 pela pedagoga Carol Adesewa, que sentia a falta de conteúdos relacionados à história e cultura africana nas escolas, principalmente na Educação Infantil. Hoje é um negócio de impacto social que oferece capacitação profissional, oficinas, palestras e materiais pedagógicos, como livros e jogos.
Livro Calu: uma menina cheia de histórias, por Cássia Valle e Luciana Palmeira. Editora Malê Mirim (2017)
A obra versa sobre a importância de trabalhar o sentimento de pertencimento da população para o patrimônio material e imaterial. Para fazer isso de forma lúdica, o leitor acompanha a história de uma menina que quer transformar seu bairro em um museu a céu aberto.
Livro História preta das coisas: 50 Invenções científico-tecnológicas de pessoas negras, por Bárbara Carine. Editora LF (2021)
A obra traz produções científico-tecnológicas ancestrais e contemporâneas em afroperspectiva, que podem encantar as crianças, bem como conceitos fundamentais para o entendimento do apagamento histórico da ciência e tecnologia africana e afrodiaspórica, para apoiar na formação docente.
Para a professora Rita, conhecer e estudar estas leis, que instituíram no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, deve fazer parte da formação de educadores para o trabalho com as relações étnico-raciais.
Leia + Educação antirracista: 3 perguntas para Gina Vieira sobre a Lei 10.639
“A 10.639 tem 20 anos e 7 de cada 10 municípios desconhecem o que diz a lei. É preciso conhecê-las para que elas sejam cumpridas”, disse.
Livro Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil, por Eliane Cavallero. Editora Contexto (2012)
A professora Eliane Cavallero conduziu uma pesquisa pioneira sobre o racismo no sistema educacional, que dá origem à obra. “Tem essa ideia de que a creche, a Educação Infantil, são esses lugares mágicos e coloridos, em que as crianças estão protegidas de tudo. O livro mostra como isso é uma falácia”, afirmou Carolina.
Livro Vozes da EMEI Nelson Mandela, organizado por Cibele Racy
Com um Projeto Político-Pedagógico (PPP) centrado nas relações étnico-raciais, na diversidade e na participação da comunidade, a EMEI Nelson Mandela é referência em Educação Antirracista e na aplicação da Lei 10.639 há pelo menos uma década.
A obra, que é gratuita, foi escrita por educadoras, famílias e crianças da escola e conta como funciona o trabalho na prática, os projetos e o cotidiano, o histórico dessa transformação e o embasamento para que ela pudesse acontecer.
Currículo da Cidade de São Paulo
Os volumes Educação Antirracista: orientações pedagógicas: povos afro-brasileiros, Povos Migrantes: orientações pedagógicas e Povos Indígenas: Orientações Pedagógicas, estão disponíveis gratuitamente em formato virtual e podem apoiar a formação da comunidade escolar.
Assista à live na íntegra:
Ver essa foto no Instagram