publicado dia 25/10/2019
6 obras para debater masculinidades com crianças e adolescentes
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 25/10/2019
Reportagem: Ingrid Matuoka
Conhecer histórias em que homens adultos choram, e que meninos dançam e cuidam, é uma maneira de apresentar às crianças outras formas de estar no mundo e de poder ser quem se é.
Tão importante quanto debater estes pontos, é difundir narrativas que coloquem os meninos em outras posições, além dos estereótipos de heróis ou esportistas.
Leia + Como falar sobre masculinidades com crianças
Nesse sentido, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou seis obras para famílias e professores discutirem temas como a raiva, a sensibilidade, o amor e as masculinidades com crianças e adolescentes.
Afinal, o que é coisa de menino? Este é o questionamento central que o livro se propõe, mostrando que os meninos podem querer ser super-heróis, jogadores de futebol e astronautas. Mas que todos eles também podem brincar de boneca e cozinhar.
“Existem meninos que gostam de dançar. A gente dança quando não consegue expressar a emoção só com o rosto e precisa usar o corpo inteiro”, diz um trecho do livro.
Por meio do vínculo entre o menino Leo e uma baleia, e entre ele e seu pai, a narrativa aborda questões envolvendo amizade e família, cuidado e escuta, e a importância de relações afetivas entre as figuras masculinas da vida de uma criança.
Como descrever o amor? O que você sente quando está com medo? De onde vem a alegria? Por que sentimos inveja? Neste dicionário de emoções reside a possibilidade de falar sobre prazer, ódio, entusiasmo, insegurança, orgulho e muitos outros sentimentos, por meio de ilustrações e explicações simples e delicadas, que ajudam as crianças a reconhecerem e expressarem o que sentem.
Este livro é composto por duas novelas. Na primeira, Campo Geral, que versa sobre a infância, é onde está a oportunidade de debater as masculinidades. Narrado do ponto de vista de um menino sensível, diante de um pai embrutecido, a história oferece a chance de discutir como esse tipo de masculinidade tóxica afeta os filhos, a mãe que sofre violência doméstica, e a todos ao redor. Também vale atenção à relação de cuidado e afeto que se estabelece entre Miguilim e seu irmão Dito.
Este documentário tem o mérito de debater as masculinidades no contexto brasileiro. Fruto de uma pesquisa com mais de 20 mil pessoas, a obra fala sobre o silêncio em um sentido amplo: emocional, verbal e social, no campo individual e também no coletivo.
“O silêncio observado entre os homens não é uma grande conspiração masculina, é como fomos criados. A maioria de nós foi treinado para sufocar o que sente, aguentar o tranco e peitar a vida, como machos”, afirmou Guilherme Valadares, um dos criadores do documentário.
Acima, é possível assistir ao documentário na íntegra.
Nesta obra, educadores realizam atividades pedagógicas para debater as masculinidades e percebem que os garotos escondem sentimentos como raiva e tristeza por considerarem que não têm a quem expor.
Mais do que isso, percebem a relação entre essa impossibilidade de expressão e a tendência a condutas violências, ao isolamento, e a ideações suicidas. O documentário está disponível na Netflix e o trailer pode ser visto acima.
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