publicado dia 24/06/2024

5 experiências de Educação Ambiental em escolas públicas para se inspirar

Reportagem:

🗒 Resumo: Conheça 5 experiências de escolas públicas que realizam a Educação Ambiental de forma permanente, integrada a todas as áreas do conhecimento e a partir de questões práticas e reais.

Com o agravamento da crise climática em todo o mundo, a Educação Ambiental se faz indispensável. Para tanto, é fundamental que as escolas estejam amparadas por políticas públicas e contem com a atuação de toda a sociedade nesta luta.

Pelo Brasil, escolas públicas protagonizam iniciativas que conectam os estudantes a problemas ambientais reais e potenciais educativos nos arredores das unidades. O trabalho é feito de forma integrada a todo o currículo e áreas do conhecimento, algo indispensável para formar integralmente os sujeitos.

“É preciso dar condições para as crianças saírem da escola, irem para o quintal de uma casa, uma unidade de conservação no bairro ou no município”, disse Marcos Sorrentino, Diretor do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania da Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, nesta entrevista ao Educação e Território.

Confira a seguir 5 experiências de Educação Ambiental: 

O trabalho a partir de um problema real do território

Em Rio Tinto (PB), a EE Indígena de Ensino Fundamental e Médio Cacique Domingos Barbosa dos Santos realiza todos os anos, desde 2017, uma ação de reflorestamento das nascentes de água do território, assoladas pelo desmatamento, um problema identificado pelos próprios estudantes.

Participam professores, estudantes, familiares e a comunidade. Parceiros técnicos também ensinam para as turmas questões técnicas sobre o plantio e cuidado com as mudas, sobre meio ambiente e sustentabilidade, aulas de campo e visitas ao trabalho ambiental que realizam em outros lugares. São várias palestras e atividades práticas que acontecem todo ano.

Leia mais: Escola indígena de Rio Tinto (PB) refloresta nascentes de água do território

As hortas e seu potencial interdisciplinar

Na EE Alceu Amoroso Lima, em Natal (RN), a horta escolar foi planejada pelos estudantes com apoio de conceitos matemáticos. Depois, estudaram os tipos de solo, como preparar os canteiros e fazer a adubação, os tempos de plantio e colheita e o processo de germinação.

As turmas também pesquisaram sobre os diferentes tipos de plantas e seus usos, como as ervas medicinais. Lagartas começaram a devorar a plantação e se tornaram objeto de estudo — tanto sobre seu ciclo de vida quanto sobre o uso de agrotóxicos e alternativas orgânicas.

As hortaliças passaram a ser utilizadas para enriquecer a merenda escolar. Os estudantes também aprenderam a precificar os alimentos e a vender em uma feira aberta à comunidade. Com os recursos gerados, começaram um processo de gestão democrática para decidir como investi-los na escola.

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O estudo dos arredores da escola

No Centro Educa Mais Professor Ribamar Torres, em Pastos Bons, interior do Maranhão, os estudantes mapearam as nascentes de água e as plantas que ficam no território da escola.

A partir desse levantamento, pesquisaram os usos tradicionais e medicinais feitos por benzedeiras e raizeiros da comunidade. Além disso, começaram a utilizar as plantas que identificaram como comestíveis para fazer receitas e compartilhar com a escola.

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Aprendendo com alguém da comunidade

A Escola Municipal João Apolônio dos Santos Pádua, em Paraty (RJ), percebeu que o marinheiro que realiza o transporte escolar das crianças possuía muitos conhecimentos sobre o meio ambiente e gostava de compartilhá-los.

Ele se tornou protagonista criar um projeto pedagógico de letramento em etnometeorologia, a ciência que estuda o conhecimento popular sobre o tempo e o clima, inserida em um contexto cultural e desenvolvida ao longo de vários anos de observação popular sobre o mesmo ambiente.

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O uso de espaços verdes para ensinar e aprender

A EMEF Teófilo Benedito Ottoni, em São Paulo (SP), fez de uma praça, de um parque e a da comunidade Vila Nova Esperança suas novas salas de aula. Nelas, realizam passeios, aulas, brincadeiras e piqueniques, acompanhados de uma rede de outras 9 escolas do território que também se engajaram na movimentação.

A escola também mobilizou a revitalização de uma praça atrás da escola para que ela pudesse ser utilizada, bem como uma parceria com uma comunidade para a construção de uma horta e de conversas sobre Educação Ambiental e desigualdades.

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