Programa de Educação Integral do estado de São Paulo fomenta autonomia dos estudantes

Publicado dia 12/09/2013

Iniciativa: Programa de Ensino Integral do Estado de São Paulo

Pública ou Privada: Pública

Foi pensando nos novos desafios do Século XXI, que a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo passou a idealizar seu Programa de Educação Integral. Em um mundo cheio de inovações tecnológicas, a abordagem pedagógica nos processos de aprendizagem não podem continuar as mesmas, precisando ampliar não só o tempo escolar dos alunos, mas também o papel da escola em apoiá-los a serem sujeitos autônomos e capazes de criar seus próprios projetos de vida.

Para tanto, no ano de 2011, a Secretaria implementou um novo sistema de educação no estado, por meio do Programa Compromisso de São Paulo. A partir desse programa, foi criado o Programa de Educação Integral do Estado no início de 2012. projetodevida_sp

Um dos requisitos para que a escola fosse contemplada pelo o programa era estar em uma área de vulnerabilidade social, além de apresentar resultados baixos na prova do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). Assim, durante o ano de 2012, 16 escolas da rede estadual passaram a oferecer o Ensino Integral a seus estudantes, aumentando a jornada letiva de 6 para 8 horas diárias no Ensino Fundamental e de 6 para 9 horas diárias no Ensino Médio. Outros aspectos empregados também foram o currículo integralizado, a partir de uma matriz flexível e diversificada dos processos de ensino-aprendizagem.

Escolas contempladas

Em 2013, além das 16 escolas contempladas em 2012, mais 22 escolas dos anos finais do Ensino Fundamental, 29 escolas de Ensino Médio e 2 escolas de Ensino Fundamental e Médio entraram no programa. Em 2014, 178 novas escolas de todo estado passarão a ser de Educação Integral.

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Projeto de Vida

Para que a proposta de Educação Integral fosse de fato concretizada, a participação dos alunos não poderia ficar de fora. Prevendo uma educação que formasse o jovem a ser autônomo e com possibilidades de tomar decisões, todo o caminho do programa é traçado a partir dos projetos de vida dos estudantes, enxergando o jovem como sujeito e objeto das ações.

Cada estudante, ao chegar à escola de Educação Integral, passa por uma vivência onde irá construir um Projeto de Vida, que são os sonhos que esse estudante traz para sua realização pessoal e também acadêmica e profissional. A partir desse diagnóstico, ele irá pontuar quais disciplinas fazem sentido para seu projeto de vida, que serão oferecidas na parte diversificada do currículo escolar.

Cada estudante escreve seu próprio projeto de vida e, ao longo do tempo, este vai sendo revisado por um professor orientador, que tem como tarefa ajudar o estudante a aprimorá-lo constantemente.

De jovem para jovem

A maioria dos estudantes passam boa parte estudando em escolas regulares, e quando chegam em uma escola de Educação Integral, têm dificuldades em se adaptar. Para que esse processo seja mais fácil para o estudante, o programa prevê um dia de acolhimento na escola, realizado pelos próprios estudantes ou ex-estudantes. São jovens que apresentam ao novo aluno o espaço da escola, a equipe escolar e os fundamentos da Educação Integral. Os estudantes passam também por dinâmicas capazes de auxiliá-los a rascunhar seus projetos de vida. Os professores e gestores apenas interferem na atividade de acolhimento no final, quando guardam os materiais produzidos pelos novos estudantes.

A cada semestre, os estudantes podem escolher em quais matérias diferentes desejam participar. Todas as atividades da parte diferenciada devem culminar em um produto ou apresentação à comunidade escolar.

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Construindo o projeto de vida a partir da escola

Na implementação do programa percebeu-se que a escola de Educação Integral pode ser um grande polo para que o projeto de vida dos estudantes possa ser concretizado. O programa tem em sua matriz curricular tanto atividades voltadas para autoconhecimento, como técnicas e acadêmicas para  gestão de projetos ou leitura crítica da história contemporânea (visão de mundo).

Para atingir esses objetivos, o programa garante estruturas mínimas, tanto curriculares, quanto do espaço físico e do número e qualidade dos profissionais. img_header_escola_tempo_integral_620

Nesse programa, há a função de professor coordenador de área, que terá atribuições semelhantes a do professor coordenador geral, mas com responsabilidade em uma área específica de conhecimento. Esse coordenador de área colabora para com as dificuldades dos professores de um mesmo campo do conhecimento e ainda colabora com o trabalho interdisciplinar da escola. O programa também garante quantidade de professores proporcional ao número de turmas de cada unidade de ensino.

Currículo

O currículo do ensino médio integral no programa é composto por disciplinas regulares, divididas em quatro áreas do conhecimento: Linguagens (Língua Portuguesa, Educação Física, Artes), Matemática, Ciências da Natureza (Química, Física e Biologia), Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia). Na parte diversificada há Língua Estrangeira Moderna, Disciplinas Eletivas e Prática de Ciências. Em práticas de Ciências, o programa prevê  também laboratórios de matemática, física e de robótica para que os estudantes experimentem os conceitos teóricos na prática. Há ainda atividades complementares, como a tutoria (orientação de estudo), preparação acadêmica e para o mundo do trabalho e a já mencionada de projeto de vida.

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Avaliação e gestão

Há processos contínuos de formação dos profissionais envolvidos no programa. A avaliação da equipe tem um aspecto formativo, pois é um processo colaborativo, onde os estudantes avaliam os professores e estes também avaliam seus pares.

No caso do professor, por exemplo, os alunos avaliam a atuação em sala de aula e orientações para além da sala de aula; os demais professores avaliam a participação e o trabalho colaborativo; e o professor coordenador de área e coordenador geral avaliam a atuação do professor na sala de aula, no planejamento das aulas, na participação e no trabalho colaborativo.

A avaliação dos estudantes

O programa considera que muitos dos projetos de vida dos estudantes têm como ponto de partida um bom rendimento escolar. Para tanto, é importante que todos possuam habilidades e competências para prosseguir com o conteúdo de cada série/ano. Assim, o programa organiza avaliações periódicas de leitura, Língua Portuguesa e Matemática. Essas avaliações ocorrem no início e fim de cada ano, para assim saber quais são as dificuldades que o estudante traz do ano anterior.

Os professores e coordenadores realizam a análise dos dados, para verificar os avanços de cada um dos estudantes. As informações são transformadas em indicadores,  colaborando inclusive para o plano de ação do semestre seguinte.

A partir dessas avaliações, presume-se quais são os alunos que precisam de algum tipo de reforço, chamado de “nivelamento”. Esse processo de nivelamento das aprendizagens  tem como intuito adaptar o estudante às matérias de acordo com os conhecimentos esperados para o ano/série que está. Para isso, são criados grupos de apoio para alunos que compartilham o mesmo tipo de dificuldade.

Início e duração: 2012, com previsão de expansão em 2013 e 2014.
Local: Estado de São Paulo (Lista das escolas contempladas).
Responsáveis: Secretaria Estadual de Educação de São Paulo
Envolvidos e parceiros: A Fundação Natura, Fundação Victor Civita, Fundação Lemann, MSC Participações, Instituto Unibanco, Comunidade Educativa Cedac, Instituto Hedging-Griffo, Fundação Itaú Social, Itaú BBA, Iguatemi, Santander, Tellus, Parceiros da Educação, Fundação Educar DPaschoal, Fundação Bradesco, Instituto de Co-Responsabilidade pela Educação (Ice), Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Instituto Península, Instituto Arymax e da consultoria internacional McKinsey & Company apoiaram em diferentes formas o programa – desde a sua conceituação teórica até sua avaliação.
Financiamento: Secretaria Estadual de Educação de São Paulo

Principais Resultados

A avaliação diagnóstica realizada nos meses de março e setembro de 2012  pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo nas escolas em que o programa foi implantado, mostra que o modelo interferiu positivamente no desempenho dos estudantes em diversas disciplinas. No exame de leitura e interpretação de texto,  a comparação de resultados, em escala de 0 a 100, saltou de 33 para 60 pontos entre os alunos da 3ª série do Ensino Médio, configurando um aumento de 81%. Já entre os alunos da 2ª série, a avaliação saltou da média de 46,4 para 62,9 pontos no mesmo período, ou seja, 35,5% de crescimento. E entre os alunos da 1ª série, passou de 47,1 para 61 pontos, com um crescimento de 29,5% em sete meses. Em produção de texto, na 1ª, 2ª e 3ª série, os resultados aumentaram de 37,9 para 47,4 pontos, 43,8 para 53,4 pontos e 47 para 59,4 pontos, respectivamente. Na avaliação de matemática, os ganhos também foram expressivos. A média de resultado dos alunos da 1ª série saltou de 32,9 para 45,7 pontos, o que representou um crescimento de 38,9%. Na 2ª série, a nota aumentou 71,1%, de 23,9 para 40,9 pontos. As turmas de 3ª série saíram de 22,6 para 31,4 pontos, ou seja, uma evolução de 38,9%. (As informações são do Portal da Secretaria Estadual de Educação).

Resultados já foram analisados

Materiais e Publicações

Consulte: diretrizes do programa, orientações para adesão, informações gerais e tutorial de recursos humanos para implantação do programa.

Contatos

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