Como um percurso lúdico pode promover a inclusão na Educação Infantil

Publicado dia 15/02/2023

Junto aos colegas, atravessando um percurso lúdico feito de caixas de papelão, latas e placas de EVA, as crianças de 3 anos da Escola Municipal Antônia Caldas Brandão, em Cabrobó (PE), aprenderam um pouco mais sobre o que significa, na prática, a inclusão na Educação Infantil.

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O percurso, denominado Trilhando Campos de Experiências, foi criado por educadoras da unidade durante a formação em Materiais Pedagógicos Acessíveis, do Instituto Rodrigo Mendes (IRM). 

O desafio, provocado pelo curso do IRM, era criar uma atividade que eliminasse toda e qualquer barreira que pudesse impedir a participação de alguma criança e, ao mesmo tempo, promovesse o desenvolvimento integral da turma. 

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Para planejar o percurso lúdico, as educadoras criaram uma versão em miniatura da proposta.

Crédito: Mazarelli de Souza

No planejamento da atividade, tiveram o cuidado de garantir que as crianças fossem ouvidas e participassem das decisões, expressando suas ideias e desejos. Foi assim que surgiu o tema do percurso lúdico: a fábula de Esopo, “O Leão e o Ratinho“.

A comunidade escolar, por sua vez, coletou materiais para construir o percurso. Além disso, uma comunidade indígena próxima à escola confeccionou a rede para capturar o leão. “O projeto exigiu de nós conhecer e respeitar os limites e as potencialidades de cada um e permitir que as crianças fossem desafiadas”, afirma a professora Eliane Raimundo Oliveira.

Como é o percurso lúdico “Trilhando os Campos de Experiências”

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Fantasiadas de animais, as crianças percorreram o percurso lúdico.

Crédito: Mazarelli de Souza

As educadoras trabalharam a fábula e os animais com as crianças, por meio de histórias, imagens e vídeos, materiais que também foram compartilhados com as famílias a fim de envolvê-las no tema. 

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No dia da atividade, fizeram uma roda de conversa para falar sobre o percurso e aqueceram os corpos ao som de “Cabeça, ombro, joelho e pé“. Em seguida, cada criança escolheu uma fantasia de um animal que deveria usar para atravessar o percurso.

Engatinhando, pulando, correndo, se arrastando e agachando, elas passaram por uma árvore no meio do caminho, onde pararam para ouvir a fábula e conversar com ela. Depois, encontraram um semáforo, programado para acender a luz vermelha e alertar sobre um caçador que quer pegar o leão.

Atravessaram cadeiras e tecidos que faziam as vezes de uma ponte sobre um rio e encontraram a fogueira onde o caçador havia acampado à noite, um quebra-cabeça para resolverem e um jogo de derrubar latas com figuras de animais e dizer o nome e a letra inicial do animal acertado. Ao final, todos ajudaram o ratinho a libertar o leão.

Todos aprendem com a inclusão na Educação Infantil 

Para Mazarelli de Souza, professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE), o percurso mostrou-se um sucesso quando as crianças com deficiências puderam participar da atividade praticamente sem nenhuma ajuda, a não ser pelas mãos estendidas dos colegas que ajudavam uns aos outros.

“Todos aprenderam alguma coisa. Além do desenvolvimento motor, eles perceberam que as pessoas têm diferentes sentimentos, maneiras de pensar e agir, bem como a importância da cooperação”, diz Mazarelli.

A educadora conta também que, ao planejar a atividade e realizá-la com as crianças, no intuito de ensiná-las sobre inclusão, também aprenderam. “A gente achava que tinha que trabalhar diferente com a criança com deficiência, mas entendemos que se trata de possibilitar a todas as crianças as mesmas oportunidades”, observa.

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