Crianças protagonizam aprendizagens sobre sustentabilidade, cidadania e gêneros textuais numa mesma experiência
Publicado dia 24/09/2021
Publicado dia 24/09/2021
Durante a pandemia, a professora Patrícia Yumi Fujisawa, do Centro Educacional Integrado de Louveira (SP), promoveu aprendizagens sobre produção escrita, leitura, sustentabilidade e cidadania movidas inteiramente a partir dos interesses de sua turma de 3º ano do Ensino Fundamental – e por meio de atividades práticas.
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O trabalho teve início no segundo semestre de 2020, após o período de acolhimento remoto, adaptação aos recursos virtuais e conversas com as famílias sobre saúde e outras garantias de direitos básicos. Mais um elemento se juntou à essa roda: a leitura que cada estudante fazia dessa tirinha da Mafalda (abaixo).
“Pensei que eles trariam relações com violência, desigualdade e problemas com a pandemia, mas eles focaram muito na questão de meio ambiente”, conta a educadora.
A partir da mobilização dos estudantes em torno do tema, e com apoio das famílias, a professora sugeriu que eles listassem os problemas ambientais que viam no seu território. Eles fizeram observações e levaram a questão de máscaras descartáveis jogadas pelas ruas, queimadas, desperdício de alimentos e falta de coleta seletiva.
Enquanto isso, a professora e sua coordenadora pedagógica conseguiram contato com a educadora ambiental do município, Flávia Izaura Camargo Pinto, e combinaram que as crianças exporiam suas preocupações e angústias por meio da produção de cartazes e de uma carta destinada a ela pedindo providências, em um exercício cidadão.
A partir daí, os estudantes foram atrás de entender e estudar os gêneros textuais: como se faz uma saudação e uma despedida, como se fala sobre o desejo em uma carta e como chegar a uma frase chamativa, por exemplo. A extensão do texto foi outra preocupação e aprendizado: como dimensionar e eleger o que deveria estar numa cartolina.
Depois, elaboraram seus próprios cartazes e construíram, em conjunto, uma carta única enviada à educadora ambiental. Flávia também respondeu por carta (para que experimentassem todo o processo do gênero textual) e, posteriormente, participou de um encontro virtual com a turma. Na ocasião, ela tirou dúvidas sobre sustentabilidade, lixo e reciclagem e falou sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).
Coincidentemente, na mesma época, estavam abertas as inscrições para o ‘Prêmio Sua Gota Faz a Diferença’, do Projeto Gota d’Água, que recebe vídeos de estudantes sobre a temática ambiental. “Apresentei essa ideia para as crianças e elas se animaram. O vídeo não era o produto esperado, mas ele aconteceu”, relata Patrícia.
Assim, as crianças discutiram sobre o que queriam contar no vídeo, planejaram e executaram as ações: então, gravaram áudios lendo os cartazes que produziram, fizeram fotos que representassem as problemáticas – como uma torneira aberta e o lixo espalhado pelas ruas – e depois fizeram a edição do vídeo, incluindo os créditos e outras legendas. Ficaram entre os 5 finalistas da premiação!
“É dessa maneira que gosto de trabalhar, porque é muito diferente abordar cartaz, tirinha e correspondência, gêneros esperados para o 3º ano, quando parte deles, quando tem sentido e significado, uma contextualização com a vida, uma utilidade e quando eles podem experimentá-los como instrumento de comunicação. Acredito que tenha sido muito significativo para eles e, para mim, foi libertador em muitos aspectos. Me senti realizada”, comemora a professora.
O que é a #Reviravolta da Escola?
Realizado pelo Centro de Referências em Educação Integral, em parceria com diversas instituições, a campanha #Reviravolta da Escola articula ações que buscam discutir as aprendizagens vividas em 2020, assim como os caminhos possíveis para se recriar a escola necessária para o mundo pós-pandemia.
Leia os demais conteúdos no site especial da #Reviravolta da Escola.
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