publicado dia 03/06/2019

Criatividade: mudar a educação, transformar o mundo

Reportagem:

No dia 6 de junho, o programa Escolas Transformadoras, realizado no Brasil pela Ashoka e pelo Instituto Alana, irá lançar seu mais novo livro digital. Escrita por mais de 40 autores e autoras, a publicação Criatividade – mudar a educação, transformar o mundo apresenta a criatividade como uma habilidade e um valor essencial para a formação de sujeitos capazes de transformar a educação e a sociedade.

A seguir, confira com exclusividade as discussões presentes em um dos artigos do livro, “Conexão Brasília-Manaus-Barcelona: Reconhecer as crianças, investigar concepções, reinventar a escola”, escrito por Pablo Martins e Wilma Lino, educadores da Associação Pró-Educação Vivendo e Aprendendo, de Brasília; Zilene Trovão, Lucianny Freire Matias e Maria Estela dos Santos, do Centro Municipal de Educação Infantil Hermann Gmeiner, de Manaus; o professor Levindo Diniz Carvalho, da UFMG, e Raquel Franzim, co-coordenadora do programa Escolas Transformadoras.

O valor da criatividade no cotidiano escolar

A criatividade está presente em nossa vida desde o nascimento, até as nossas experiências familiares, nos laços sociais, na escola e nas expectativas de aprendizagem. Segundo Pablo Martins, a criatividade é um valor e “uma oportunidade que os sujeitos têm de construir a si mesmos, expressando sua individualidade, seus desejos, suas hipóteses éticas e estéticas sobre o mundo. Para isso, é importante que a criança seja reconhecida como um sujeito de desejos e de saberes.”

Para a educadora Wilma Lino, esse reconhecimento da criança como sujeito de desejos só acontece quando o educador pratica a escuta e a observação. “No dia a dia, observar a criança, seu jeito, sua história, e a partir daí trabalhar formas de abrir espaço para a criatividade se expressar espontaneamente, sem ter, necessariamente, atividades direcionadas para isso”, diz.

“A criatividade está presente em todos os momentos do dia a dia da escola. É a partir das hipóteses que as crianças constroem sobre suas experiências que podemos oferecer espaços e vivências para que a criação surja. É sempre partindo de suas hipóteses, do que já sabem sobre tal experiência, que tratamos de propor algo novo. Esse movimento legitima a criança como sujeito de saberes e desejos e a convida a cocriar um mundo possível.”, conclui Pablo.

A vida das crianças é uma constante inauguração e uma constante autoria, basta a gente olhar, escutar e reconhecer isso nelas. Mas, ao mesmo tempo, a escola tem planejamento, tem saberes, tem todo um mundo. Afinal, como é lidar no cotidiano com esses dois lugares: o espontâneo e o planejado dentro de uma escola pública?

No Centro Municipal de Educação Infantil Hermann Gmeiner esse desafio esteve presente na desconstrução do sistema de apostilamento que aconteceu no cotidiano escolar. “Quando estávamos no sistema apostilado, as crianças, desde os três anos, passavam quatro horas dentro da sala de aula com apostilas e livros, sendo preparadas para a alfabetização. Nós tínhamos que pensar em como superar esse sistema”, diz Zilene Trovão.

Leia +: Programa de educação integral para crianças impulsiona criatividade e curiosidade

A escola, ao começar a estudar sobre educação integral e democrática, percebeu que teria que sair do tradicional. “Nós tivemos que ser criativos. Começamos repensando os espaços de aprendizagem: vamos dar vida ao que já temos! Começamos a enxergar que temos um espaço muito bom. Nós vivemos na floresta, temos aqui muitas árvores, temos gravetos, sementes. Passamos a valorizar essas coisas e a utilizar no dia a dia como instrumentos do fazer pedagógico. Passávamos quatro horas fechados na sala de aula, só com livros, apostilas, trabalhando cadernos mimeografados! As crianças começaram a colher gravetos, folhas secas, insetos e sementes. E a educação integral mediou esse processo de desconstrução”, conta.

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A entrevista completa está disponível na publicação Criatividade – mudar a educação, transformar o mundo, que será lançada no dia 6 de junho. Saiba mais

 

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