publicado dia 30/07/2018

Quase metade dos professores não recomendaria a carreira docente para os jovens

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O que é ser professor no Brasil? O que pensam de suas carreiras, quanto ganham e quais são seus anseios? Tentando responder estas perguntas de forma detalhada e embasada o Todos pela Educação e a Fundação Itaú Social compartilham os resultados da pesquisa inédita Profissão Professor, realizada pelo Ibope.

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O levantamento, que entrevistou professores das redes municipais, estaduais e privada de todo o País, da Educação Infantil ao Ensino Médio, esboça um retrato da carreira docente e alarma para seus desafios, entre os quais a desvalorização.

A docência no Brasil é, sobretudo, feminina: 2/3 dos profissionais são mulheres, com média de 43 anos de idade e 17 de carreira

Quase metade dos professores (49%) não recomendaria a carreira para outras pessoa e os que mais recomendam atuam nas etapas iniciais da Educação Básica e têm menos tempo de carreira.

Para obter as conclusões, a pesquisa focou em aspectos ligados ao perfil e renda dos docentes brasileiros, às questões de formação inicial e continuada, além de investigar a atratividade e valorização da carreira e as condições de trabalho.

Quem são os professores brasileiros

De acordo com o estudo, a docência no Brasil é, sobretudo, feminina: 2/3 dos profissionais são mulheres, com média de 43 anos de idade e 17 de carreira.

Sua renda pessoal é de, em média, R$ 4.581,40 e a familiar de R$ 6.995,99. Outro destaque é que 71% dos entrevistados relataram ser os principais responsáveis pela renda domiciliar e quase 1/3 dos professores afirmam que realizam algum tipo de atividade extra para complementar sua renda. Em média, o incremento é de R$ 439,72.

Valorização da carreira

Entre as razões que levaram os professores a entrar na carreira chama a atenção o prazer por ensinar e transmitir conhecimento (34%). No entanto, a falta de opção também foi relatada como o principal motivo por 21% dos entrevistados.

Entre as razões que levaram os professores a entrar na carreira chama a atenção o prazer por ensinar e transmitir conhecimento

Diante da pergunta “por que recomendaria ou não a profissão a um jovem”, a resposta “desvalorização da carreira” foi a que mais apareceu (48%) entre as razões negativas e “oportunidade de transformação/ impacto social” entre as positivas (13%).

Na opinião dos professores, falta de qualificação, além de escuta, são os principais entraves para a valorização da carreira docente pela sociedade.

Formação e condições de trabalho

A maioria dos professores inicia sua formação na rede pública, no Ensino Médio, e depois migra para a rede privada nas etapas seguintes e 79% continuaram estudando após a graduação, sendo especialização a modalidade mais buscada.

Na avaliação das condições de trabalho, a colaboração com os colegas tem a melhor média, assim como quantidade de escolas em que dá aula e apoio dos gestores. Por outro lado, recursos tecnológicos, pedagógicos e infraestrutura das escolas obteram as piores médias.

A formação de professores à luz da BNCC

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