publicado dia 13/08/2018
Projeto ensina crianças sobre corrupção no Brasil
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 13/08/2018
Reportagem: Ingrid Matuoka
A Associação Novolhar se propôs a debater o espinhoso tema da corrupção no Brasil com crianças de uma escola pública de São Paulo.
O Projeto de Educação Anticorrupção, cuja aula inaugural ocorreu em 9 de agosto, na EMEF Celso Leite Ribeiro Filho, em São Paulo, no bairro do Bixiga, onde a Associação Novolhar atua há 20 anos, realizará semanalmente atividades com 120 estudantes do 5° Ano do Ensino Fundamental, produzindo comerciais para internet com o tema da anticorrupção ao longo dos próximos 4 meses.
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“É impossível ter governantes honestos com uma sociedade corrupta. Todos os países que conseguiram controlar a corrupção utilizaram a educação para conscientizar as gerações futuras e mudar a sociedade”, diz Paulo Santiago, fundador da Novolhar e líder do projeto.
A Associação Novolhar tem a finalidade de contribuir para a inclusão social de crianças, jovens, famílias e comunidade, bem como oferecer educação integral e inclusiva.
Esta é a primeira edição do curso, que já parece promissor, como conta Santiago: “A corrupção no Brasil não está só entre os políticos, mas também no dia a dia da população. Queremos mostrar que qualquer tipo de corrupção é inaceitável. E já na primeira aula vimos que as crianças, que têm só de 9 a 11 anos, estão antenadas no assunto e sabiam coisas interessantes, mais do que esperávamos, o que foi uma grata surpresa.”
A proposta do curso, alinhada às 70 medidas anticorrupção da Transparência Internacional, é que as crianças conversem sobre como a corrupção se manifesta em pequenos atos do cotidiano e como isso é prejudicial a todos, além do que pode ser feito para combatê-la.
A crianças também vão trabalhar com as mídias digitais para produzir 12 comerciais para a internet sobre o tema. O resultado será exibido em uma noite solene, com a presença de professores, familiares e da comunidade, e em um debate dos alunos, convidando toda a sociedade a refletir sobre a corrupção no Brasil.
O material produzido pelos estudantes também será transformado em uma exposição, composta por fotos, ilustrações e textos, e os filmes serão exibido na TV PUC do Canal Universitário de São Paulo.
“Usar as tecnologias é uma forma lúdica de eles aprenderem, com ferramentas que eles dominam. No final, também vamos fazer uma premiação por melhor roteiro, direção, produção”, conta Paulo Santiago.