Para apoiar a criação de políticas públicas que valorizem e protejam os profissionais da Educação, o Observatório Nacional da Violência contra Educadoras/es (ONVE) conduz a pesquisa “A violência contra educadores como ameaça à educação democrática: um estudo sobre a perseguição de educadores no Brasil”.

Leia + Por que o Escola Sem Partido vai contra o papel da escola

A partir da hipótese de que a perseguição se tornou frequente no cotidiano de professoras, professores e demais membros da comunidade escolar, a pesquisa vai quantificar os casos de violência em todas as regiões do país, com profissionais da Educação de todos os níveis e etapas.

Um dos objetivos é detalhar quem são os ofensores, como a perseguição acontece e por meio de quais métodos. “Já sabemos de muitos deputados, mas também temos relatos de membros de Secretarias de Educação, bem como pais e mães”, explica Renata Aquino, membro do Observatório.

Na outra ponta, de quem sofre as violências, a pesquisa vai levantar quem são os profissionais da Educação mais perseguidos. “Nossa hipótese é de que isso passa pelos marcadores da diferença, então provavelmente são mais as mulheres negras, as pessoas que já são mais violentadas em outras esferas da vida, porque a via interseccional é uma bússola constante”, diz Renata.

A partir dos resultados, o Ministério da Educação (MEC) anunciou que vai criar políticas públicas de defesa das educadoras. “Vamos entender como responsabilizar ofensores, defender vítimas e fortalecer as Secretarias de Educação e comunidades educativas para que eles sejam menos permeáveis a essa invasão”, afirma Renata, que também é membro da Articulação contra o Ultraconservadorismo na Educação e do coletivo Professores contra o Escola Sem Partido.

O Observatório Nacional da Violência contra Educadoras/es (ONVE) foi criado pela parceria entre a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação e a Faculdade de Educação da UFF.

Já a pesquisa foi idealizada pelo Núcleo de Estudos em Educação Democrática (NEED-UFF) em parceria com a Associação Brasileira de Ensino de História (ABEH). O projeto dessa pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Ciências Sociais, Sociais Aplicadas, Humanas, Letras, Artes e Linguística (CEP – Humanas) da UFF.