publicado dia 17/05/2022
O papel das escolas no combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 17/05/2022
Reportagem: Ingrid Matuoka
A data de 18 de Maio marca o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e, para tirar o tema da invisibilidade, o Instituto Liberta lançou a passeata digital Agora Você Sabe.
Leia + Entenda o que propõe a educação sexual na escola
A proposta é falar sobre violência sexual infantil, um passo fundamental para começar a enfrentá-la. A campanha vai reunir relatos pessoais e manifestações por meio de vídeos e para participar é só acessar o site da iniciativa. Nas redes sociais, o Instituto também divulga dados e informações relevantes acerca desse tipo de violência.
Para as escolas, esse assunto é fundamental, uma vez que 75,7% dos abusos sexuais acontece contra menores de 18 anos, de acordo com o Instituto Liberta. “Na rede de proteção, a escola tem um papel específico e próprio. É o lugar onde a violência pode ser mais facilmente enxergada, porque é o único espaço que crianças e adolescentes frequentam cotidianamente com adultos responsáveis fora do círculo familiar”, explica Luciana Temer, fundadora do Instituto.
Ver essa foto no Instagram
Essa relação diária com outros adultos permite identificar mais facilmente mudanças de comportamento, machucados e outros sinais de violência, além de poder ser um lugar em que os estudantes criam vínculos e podem pedir ajuda.
“No Brasil, 67% das violências sexuais acontecem dentro da residência da criança e adolescente e 86% são por pessoas próximas. Portanto, precisamos dar para as crianças um espaço fora desse núcleo familiar, e esse espaço é a escola”, afirma Luciana, que foi vítima de violência sexual e agora dedica-se a conscientizar a sociedade sobre esse problema.
Uma pesquisa do DataFolha mostra que 54% dos brasileiros apoiam educação sexual nas escolas. Afinal, do que ela trata? E saiba como planejar um projeto de educação sexual na escola.
Se um caso de violência for identificado, Luciana indica procurar o conselho tutelar ou fazer uma denúncia na delegacia de polícia. O importante é que a escola não atue sozinha e conte com a rede de proteção do território. Saiba mais sobre o que fazer caso identifique que um de seus estudantes é vítima de violência.
Para além do papel de identificação e denúncia, as escolas também podem ajudar a prevenir essa forma de violência, abordando o tema ao longo de toda a trajetória escolar das crianças e adolescentes. Rodas de conversa e projetos bem construídos de educação sexual, por exemplo, mostram resultados positivos.
“Fizemos uma experiência durante um ano com alunos do Ensino Médio de quatro escolas do estado de São Paulo. O projeto Tá na Hora foi uma imersão sobre o que é violência e violência sexual. No final, eles desenvolveram ações de comunicação sobre o assunto, como uma peça de teatro e um site”, relata Luciana.