publicado dia 23/03/2023
Livro “Escola Pública” apoia debate de políticas educacionais entre professores e estudantes
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 23/03/2023
Reportagem: Ingrid Matuoka
O livro gratuito Escola Pública: Práticas e Pesquisas em Educação, da Editora UFABC, foi feito para professoras(es) e estudantes discutirem as políticas educacionais nas escolas.
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Lançado em 20 de março, a obra é fruto do trabalho realizado pela Rede Escola Pública e Universidade (REPU) desde 2016, quando integrantes do Ensino Superior público e da Educação Básica pública se uniram para olhar para as demandas dos estudantes durante as ocupações escolares.
“Os estudantes exigiam coisas para além da melhoria da infraestrutura escolar e do cotidiano. Eles queriam, e querem, escuta e participação nos processos das políticas educacionais”, conta Fernando Cássio, membro da REPU e professor na Universidade Federal do ABC (UFABC).
Agora, com financiamento da FAPESP, 16 defensoras(es) do direito à Educação de qualidade social compartilham, em linguagem acessível, seus estudos. “Não é um livro de pesquisa, para especialistas da pós-graduação, mas uma tradução de resultados, pensado para reconhecer e promover a escola como o espaço de produção de políticas que ela é”, diz Fernando.
Com distribuição gratuita, graças a um edital de financiamento da UFABC, o livro debate temas como educação enquanto direito humano, avaliação externa, perseguição a professores, conselhos de escola, as questões em torno da gestão para resultados e se uma escola para adolescentes é possível.
“É para amalgamar a sociedade e construir novas relações”, aponta Fernando Cássio.
“Até a solidariedade entre professores e estudantes pode ser um tema, porque o livro fala das condições de trabalho dos professores e das expectativas dos estudantes. É para amalgamar a sociedade e construir novas relações”, aponta Fernando.
A obra também surge no contexto de pedidos pela revogação do Novo Ensino Médio (NEM), sobretudo por estudantes e professores, que não foram ouvidos durante a formulação da política.
“O debate do NEM é muito didático para entender qual é a questão que o livro traz. Tem um monte de gente que nunca pisou em uma escola pública formulando políticas. E os estudantes estão indignados: como a política que os afeta desta forma, impacta seu futuro, muda suas possibilidades de escolha de curso superior, de formação profissional, não os envolveu em seu desenho?”, aponta Fernando.