publicado dia 14/10/2025

Estação Central da COP: Material gratuito apoia escolas a abordar a crise climática

Reportagem: | Edição: Tory Helena

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🗒 Resumo: Conheça o material gratuito “Estação Central da COP”, criado pelo Observatório do Clima e disponível de forma impressa ou virtual para escolas e outras instituições que atendem as infâncias e juventudes. 

“Grajaú, meu bairro, meu chão de esperança, 

Na COP30, demonstra nossa confiança: 

Que a natureza e a cidade possam coexistir, 

E que juntos possamos o amanhã construir”.

Este é um pequeno trecho de uma poesia produzida por estudantes do 6º ano da E.E. Eurípedes Simões de Paula, no Grajaú, em São Paulo (SP), durante o projeto “Estação Central da COP”, criado pelo Observatório do Clima no ensejo da Conferência do Clima da ONU (COP30), que acontece a partir de 10 de novembro em Belém (PA).

O material formativo gratuito, disponibilizado de forma impressa ou on-line, fomenta debates e atividades sobre a física, política e economia do clima, abordando temas como efeito estufa, justiça climática, racismo ambiental, entre outros. 

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Estação Central da COP: Como as escolas usaram o material na prática 

Voltado para os Anos Finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio, o projeto traz um passo a passo da Estação Central da COP, com orientações, dicas e sugestões de atividades. Também há cartazes, adesivos, botons e bandeiras para criar o clima da Estação e trazer identidade aos espaços, bem como materiais de apoio e estudo para entender as mudanças climáticas, as negociações da COP e o que está em disputa.

Como acessar o material 

Para participar, basta acessar o site da Estação Central da COP. Por meio de uma inscrição virtual e gratuita, é possível baixar os materiais digitais e concorrer ao kit impresso.

Para solicitar a versão física do material, a escola pode realizar a sua Estação Central da COP, como um evento, exposição, debate, mesa de conversa, ativação cultural, entre outros, e gravar um vídeo mandando o recado do território para a COP30 até o dia 27 de outubro.

“O material é amplo, acessível e didático. Me ajudou muito a aprofundar os meus estudos sobre o tema para planejar as atividades com as turmas”, conta a professora Fernanda Meirele Neiva de Souza, que atuou com turmas de 6º ano na Escola Parque Municipal Ineny Nunes Dourado, em Irecê (BA).

Juntos, estudaram sobre o funcionamento do planeta, as consequências da atividade humana sobre a natureza a partir da Revolução Industrial e como funcionam as COPs e seus acordos. 

Depois, voltaram a atenção para o território que os circunda: a caatinga. “Eles estudaram a importância do bioma e como ele captura CO₂ da atmosfera e ajuda no equilíbrio dos gases”, conta a professora.

Por fim, produziram um vídeo, apresentado a toda a escola e às famílias. “Toda sociedade deveria conhecer mais sobre a COP e a importância do que está sendo discutido ali, porque diz respeito a todo mundo”, afirma Fernanda.

Escola do bairro Grajaú atrelou material ao território 

No Grajaú, em São Paulo, os estudantes de 6º a 9º ano estudaram de forma interdisciplinar a crise climática atrelada à represa Billings, próxima à escola, e à COP30.

“Além disso, aqui é periferia e tem muitos estudantes de ocupação, então refletimos sobre como essa população sobre os impactos da crise”, conta a professora Cristiane Lacerda, que também abordou as porcentagens e cálculos relacionados ao consumo e ao clima nas aulas de Matemática.

“Também falamos sobre como quilombolas e indígenas são impactados e a importância da justiça climática para preservar e garantir dignidade para quem vive da floresta e com a floresta, para quem a crise não é uma ameaça, mas o presente dessas pessoas”, afirma Luciana Roberta, professora de História, trabalhou a história do bairro e seus aspectos geográficos e climáticos. 

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Estudantes da E.E. Eurípedes Simões de Paula estudam os impactos da crise climática para o seu território.

Crédito: Renan Caetano/E.E. Eurípedes Simões de Paula

As turmas realizaram rodas de conversas, fizeram cartazes para divulgar os resultados de suas pesquisas e mobilizações de conscientização ambiental na comunidade. “Também trabalhamos muito a questão social local e como cada ação deles interfere diretamente na questão ambiental”, diz Renan Caetano, professor de Geografia.

Já nas aulas de Língua Portuguesa, o professor Lucas Andrade abriu espaço para os estudantes se expressarem por meio de músicas e poesias. “A arte é uma ponte que une todos”, afirma. 

As turmas também deixaram um recado para a COP30: “Nós somos o Grajaú, território de água, verde e resistência. Da beira da Represa Billings, onde o vento sopra e a capivara nada, enviamos nosso recado à COP30: o futuro começa aqui. A periferia também é floresta, também é vida, também é esperança. Que a voz dos nossos estudantes permaneça, lembrando que cuidar do clima é cuidar das pessoas. E que, do Grajaú ao planeta, a mudança já começou.”

*Foto: Renan Caetano/E.E. Eurípedes Simões de Paula

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