publicado dia 24/10/2023
Escola em Tempo Integral: Sul debate a importância da atuação intersetorial
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 24/10/2023
Reportagem: Ingrid Matuoka
📄 Resumo: A etapa regional Sul do ciclo de seminários do Programa Escola em Tempo Integral acontece em Porto Alegre (RS) nos dias 24 e 25/10. Saiba como foi a primeira mesa.
O encontro, organizado pelo Ministério da Educação (MEC), já passou pelas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste – saiba como foram estas etapas. É possível acompanhar os encontros na transmissão ao vivo pelo canal no YouTube do MEC.
O ciclo de seminários “Programa Escola em Tempo Integral: princípios para a Política de Educação Integral em tempo integral” teve início na região Sul com um debate sobre “A arte, a cultura, o esporte, o meio ambiente, direitos humanos, a ciência e tecnologia na Política de Educação Integral em Tempo Integral”, nesta terça-feira (24/10).
Rejane Penna, Diretora de Esporte Amador, Lazer e Inclusão Social do Ministério do Esporte, apresentou um diagnóstico de falta de atividade física dentro e fora da escola e a maneira como os estudantes são concebidos no espaço escolar: “O corpo na escola muitas vezes é visto só do ponto de vista da cabeça”.
Para além de esportes tradicionais, a proposta da pasta é aproximar as manifestações culturais como jogos, danças, ginásticas, lutas e acrobacias das escolas, bem como apresentar o lazer e o esporte como ferramentas educativas e de transformação social, garantindo equidade e inclusão.
“É importante garantir que a escola seja aberta para a comunidade acessar espaços como quadras, inclusive no final de semana. É algo que aproxima a comunidade”, afirmou Rejane.
Diantes dos desafios climáticos, violências e desigualdades que atravessam o Brasil inteiro, Mariangela Andrade, coordenadora de Redes Formativas em Arte e Cultura do Ministério da Cultura, aponta o direito do acesso à cultura como essencial para superá-los.
“Quanto mais vivências artísticas e culturais na formação de crianças e jovens, maiores as condições de desenvolvimento nos processos de ensino e aprendizagem. Quanto maior seus repertórios culturais e artísticos, maiores as oportunidades para o desenvolvimento do pensamento crítico, acadêmico, ético e estético”, disse Mariangela.
A especialista também afirmou que todo esse trabalho também é necessário para que as pessoas entendam suas origens, sua história e para que o país se entenda enquanto um povo.
Em relação às propostas de políticas públicas da pasta, a coordenadora lembrou que nada é criado do zero, mas que é importante olhar para o que veio antes, fazer um balanço, e aprofundar as ações, garantindo recursos para efetivá-las. “Sem recursos, não se faz nada”, destacou.
João Moura, Coordenador-Geral da Assessoria Especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, trouxe para debate a necessidade de construir espaços de segurança integral para toda a comunidade escolar, sobretudo para educadores. “Eles têm sido sistematicamente atacados e perseguidos, enquanto atuam como agentes de direitos humanos nos territórios”, disse João.
Para lidar com o contexto, é essencial acolher os educadores, o que passa por disponibilizar recursos jurídicos e psicológicos, bem como pelo reconhecimento do poder público e da sociedade de que o problema existe e se soma às precárias condições de trabalho dos professores.
João afirmou, ainda, que o ministério vai construir um protocolo de atendimento de denúncias de violação de direitos humanos contra professores e uma campanha para sensibilizar a sociedade sobre a importância do papel dos professores para o país.
“Defender professores é defender a sociedade brasileira. É proteger os pressupostos que sustentam a própria democracia e o direito à cidadania dos estudantes”, apontou João.
“Ver a Educação Ambiental como política pública estruturante é animador”, disse Cristiano Souza, analista ambiental do Ibama no Rio Grande do Sul e representante da diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ao iniciar sua fala, devido à importância do tema diante da crise climática que o mundo vive.
Entre as ações da pasta voltadas para a Educação, Cristiano mencionou a retomada do Programa Municípios Educadores Sustentáveis, que surgiu na primeira gestão da ministra Marina Silva.
“Ele articula o conjunto de ministérios e transforma em ações efetivas nas escolas e comunidades, ele faz com que seja articulado nos municípios, que é onde tudo acontece, e as ações têm que ser discutidas com as comunidades locais”, explicou.
A atenção da pasta também se volta à falta de contato da natureza e excesso de telas a que crianças e adolescentes estão expostos. Ainda, na realização da Conferência infanto-juvenil pelo Meio Ambiente. “Não é só um evento pontual, mas uma oportunidade de trocas entre jovens e de construção de projetos pelos estudantes”, definiu.
Carlos Vagner da Costa Araújo, assessor da Diretoria de Popularização da Ciência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou a importância de equipamentos educativos do território como museus, observatórios e zoológicos para a formação integral dos estudantes.
Também compartilhou que nesta terça-feira (24/10), o presidente Lula assinou o decreto do Programa Nacional de Popularização da Ciência. “Hoje o exercício da Educação em mostrar que a terra não é plana, que a vacina salva vidas é importante. E percebemos que as escolas estão fazendo as feiras de ciências, que a escola pulsa e a ciência voltou”, disse Carlos.
O assessor também destacou a importância de investimentos financeiros e formação para educadores para contribuir com a qualidade do acesso à ciência nas escolas. “Temos o compromisso de lançar editais de fomento às feiras e a pactuação será feita com as escolas, municípios e estados”, disse.