publicado dia 03/10/2024

Educação Integral: O que esperar das Eleições 2024?

Reportagem:

🗒 Resumo: O que observar nos planos de governo de candidatos em relação à Educação? Como envolver crianças e adolescentes na prática da democracia? As educadoras Claudia Santos e Cleuza Repulho debateram os temas na Hora do Intervalo de setembro. 

As Eleições municipais de 2024 reacendem o debate sobre o papel da Educação Integral no desenvolvimento das escolas, cidades e da própria democracia. 

Durante a live Hora do Intervalo de setembro, Claudia Santos e Cleuza Repulho abordaram temas cruciais que devem estar no centro das propostas de candidatos a prefeito e vereador a fim de garantir os direitos de crianças e adolescentes brasileiros.

Para a educadora Claudia Santos, que integra a coordenação do Observatório Nacional de Educação Integral da UFBA e do Comitê Territorial Baiano de Educação Integral, os investimentos em Educação, para garantir fatores como alimentação, infraestrutura e transporte de qualidade, são fundamentais. 

“Os novos prefeitos precisam fazer um estudo diagnóstico nas suas redes e fazer um investimento sério na Educação, porque esse é o caminho para uma sociedade mais justa e menos desigual”, afirmou Claudia.

Sem esse compromisso, o trabalho pedagógico também não encontra condições para se materializar, como reforçou Cleuza Repulho, consultora educacional que já foi presidente da Undime Nacional por três vezes: “Sem dinheiro, não tem projeto pedagógico que se sustente”.

A concepção de Educação que candidatos e candidatas apresentam também precisa ser observada de forma cuidadosa. 

“Que os estudantes tenham direito ao esporte, à arte, à cidade, que ensine a ética do cuidado com a natureza, não ter que ficar fazendo treinamento o tempo todo. […] Que garanta proteção social, contra violências e alimentação. Que seja uma escola para uma vida melhor, não um futuro necessariamente, mas um presente melhor”, disse Claudia.

A valorização e formação continuada dos professores é outro ponto crucial. Claudia alerta contra propostas que sobrecarregam os docentes sem oferecer suporte adequado. “Os professores precisam desse chamado para a roda, para junto à equipe técnica da Secretaria, e elaborar uma proposta que seja humana e positiva para alunos e funcionários”, orientou a especialista.

Para analisar as propostas de candidatos e candidatas, Cleuza recomendou acessar os planos de governo disponíveis na internet, resgatar o histórico dos políticos, e guardar o documento para futuras cobranças.

“Procure saber de forma consolidada como está a rede, o que ela vai precisar. […] Precisamos de vereadores e vereadoras que fiscalizem os impostos pagos e de prefeitos e prefeitas que utilizem o recurso da maneira adequada”, disse Cleuza.

Para envolver as escolas

A promoção da democracia também depende da escola e as crianças podem aprender sobre cidadania desde cedo, por meio do Grêmio Estudantil e outras instâncias de participação democrática, como Assembleias, Conselhos e lideranças de turma. 

“É possível trabalhar com os estudantes o que é a democracia, como ela acontece, como se respeita a vontade do outro. […] E entender que são as conversas que levam à solução de problemas, não tornar os outros inimigos, adversários”, defendeu Cleuza.

Viver essa experiência cidadã na escola ajuda os estudantes a compreenderem seus direitos e deveres e a exercerem seu papel na sociedade. “Se a escola já faz desse exercício uma prática cotidiana, os alunos vão entender o que está acontecendo e, ao completarem 16 anos, vão querer seu título para votar”, argumentou.

Assista ao debate na íntegra:

Eleições 2024: o que os candidatos planejam para a Educação Integral em São Paulo?

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