publicado dia 24/09/2013

Educação integral ganha força em MG

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Fruto de uma parceria firmada em 2010 com o governo estadual de Minas Gerais, a metodologia do programa Jovens Urbanos está contribuindo no desenho do programa Poupança Jovem, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedese), que atua desde 2007 para aumentar o índice de conclusão do ensino médio dos alunos de municípios com alto índice de evasão escolar e vulnerabilidade social do estado.

Cerca de 250 profissionais que atuam no Poupança Jovem foram capacitados durante seminário sobre políticas públicas para juventude, realizado nos dias 5 e 6 de setembro no Sesc Contagem. Na ocasião, os técnicos do programa receberam subsídios para orientação da formação cidadã, pessoal, educacional e profissional para jovens mineiros de nove municípios da região: Esmeraldas, Governador Valadares, Ibirité, Juiz de Fora, Montes Claros, Pouso Alegre, Ribeirão das Neves, Sabará e Teófilo Otoni.

O principal compromisso na parceria entre a Sedese, Fundação Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) – responsável pela coordenação técnica do programa – é a transferência da tecnologia do Jovens Urbanos para todos os municípios onde o Poupança Jovem atua. Neste sentido, o seminário de capacitação configura a principal ação de formação dos profissionais do estado na atuação com os jovens.

A gerente da Fundação Itaú Social, Patrícia Mota Guedes, participou do seminário discutindo a importância da Educação Integral para juventude. Segundo a especialista, a educação integral ganha força e resultados quando articula o potencial formativo das organizações sociais e equipamentos públicos da cidade com a escola, ampliando os tipos de aprendizagem a que os jovens são expostos. “A experiência do programa Jovens Urbanos com o Poupança Jovem, em Pouso Alegre, concretiza essa ideia. Lá as escolas oferecem uma rica gama de atividades, a  partir da construção de diversas parcerias na cidade, incluindo universidades, o conservatório de música local e ONGs, beneficiando um total de 1.800 jovens”, explicou em entrevista ao Portal Educação e Participação.

A subsecretária de Projetos Especiais de Promoção Social da Sedese, Roberta Albanita, participou do evento e comentou durante abertura da capacitação sobre a importância do Poupança Jovem na busca por estimular a formação cidadã, moral e o sentimento de valor de cada jovem e que, por isso, a capacitação dos gestores se torna essencial. “Poder debater sobre o Poupança Jovem, partindo da visão de campo, é uma experiência muito rica, uma vez que são os gestores que executam as ações nos municípios”, disse a subsecretária.

A experiência da ONG Fábrica do Futuro, que atua na profissionalização de jovens e adultos com foco no setor audiovisual como cinema e novas tecnologias, foi apresentada por César Piva, diretor da organização. O debate sobre projetos de vida para jovens ficou a cargo da professora e doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maria Zenaide Alves, também membro da equipe do Observatório da Juventude, programa de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG. A professora discorreu sobre a diversidade na forma de elaboração de projetos de vida entre jovens estudantes do ensino médio, tema desenvolvido em sua tese de doutorado.

No segundo dia de capacitação, os gestores participaram do painel do programa Reinventando o Ensino Médio, apresentado por Ermelindo Martins Caetano, coordenador de ênfase para currículos no projeto desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais. O objetivo desse programa é reformular o ensino médio, por meio da ordenação curricular e do uso de estratégias didático-pedagógicas inovadoras. Para finalizar os debates com especialistas convidados, Lilian L’Abbate Kelian, representante do programa Jovens Urbanos pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec) fez uma discussão sobre políticas públicas para juventude.

Poupança Jovem

Criado em 2007, o Poupança Jovem tem o propósito de aumentar a conclusão do ensino médio dos alunos residentes nos municípios com alto índice de evasão escolar e vulnerabilidade social, incentivando o protagonismo, a autonomia e a responsabilidade social. A cada ano letivo em que o jovem é aprovado, ele tem direito a uma poupança de R$1 mil. Ao final dos três anos, são R$ 3 mil, depositados nominalmente pelo governo de Minas nas contas dos estudantes. Todos os alunos dos municípios participantes, matriculados na primeira série do ensino médio regular da Rede Estadual de Educação, podem aderir ao programa, desde que tenham idade igual ou inferior a 18 (dezoito) anos, até o dia 1º de janeiro do ano da assinatura do Termo de Adesão. De 2007 a 2012, foram mais de 96 mil jovens atendidos, com um investimento de mais de R$ 300 milhões.

(As informações são do site Educação e Participação)

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