publicado dia 25/03/2022

62% dos jovens dizem acreditar que há mulheres que tiram proveito de leis contra violência de gênero, diz pesquisa

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Um em cada quatro jovens de 14 a 29 anos no Brasil pensa que, em uma relação sexual, quando as mulheres dizem ‘não’, pode ser interpretado como um ‘sim’, e um em cada cinco pensam que é normal que, nos relacionamentos, o homem controle a mulher. Estes são alguns dos achados da pesquisa Perspectivas sobre a igualdade de gênero, o feminismo, a violência de gênero e as relações afetivo-sexuais.

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Lançado em março, o estudo ouviu 1.592 jovens da Espanha, Chile, México e Brasil sobre temas relacionados à equidade de gênero e foi realizado pela Fundação SM, por meio do Observatório da Juventude na Ibero-América, que há mais de 30 anos se dedica a pesquisar juventude, educação e cultura.

Para 92% dos entrevistados, a igualdade de gênero deve ser igualmente importante para homens e mulheres. No entanto, 30% dos garotos pensam que as mulheres, sob o pretexto de igualdade, pretendem ter mais poder do que os homens e 62% dos jovens brasileiro pensam que há mulheres que se aproveitam das leis contra a violência de gênero para fazer falsas acusações – daí a importância das escolas e universidades formarem estudantes em valores que promovam uma visão mais próxima da realidade.

A pesquisa revelou que os garotos são particularmente cautelosos com a ascensão do movimento feminista. Metade dos jovens diz que o entendimento entre homens e mulheres tem piorado, e cerca de 2 em cada 3 pensam que o feminismo tem ultrapassado os limites.

Por outro lado, 88% dos jovens solicitem uma maior presença da educação em igualdade de gênero nas escolas, o que constata o poder transformador que a juventude concede à educação.

Panorama ibero-americano

O Brasil é o país com a menor porcentagem (22%) de jovens que concordam com a afirmação: “As mulheres, sob o pretexto de igualdade de gênero, pretendem ter mais poder do que os homens.” Na Espanha e no Chile, respectivamente, 35% e 34% dos entrevistados concordam com a afirmação, enquanto no México, 29%.

Os jovens dos quatro países concordam que “as pessoas devem preencher as vagas de trabalho com base em seus méritos, sem diferenciar homens e mulheres” (Brasil, 90%; México, 89%; Chile, 88%; Espanha, 83%).

Com relação à questão “as mulheres são forçadas a se esforçar mais do que os homens para provar que merecem suas posições de responsabilidade”, os mexicanos são os que menos concordam com a afirmação (46%), enquanto o Brasil é o país com mais jovens que acreditam que há desigualdade de gênero no mercado laboral e discordam da frase (73%). No Chile e Espanha, 69% e 68% dos entrevistados concordam com a afirmação.

 

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