Por que permitir que os alunos refaçam as provas
Publicado dia 01/07/2019
Publicado dia 01/07/2019
Trabalho duro nem sempre significa sucesso. Por isso, vale incentivar os alunos a trabalharem de maneira mais inteligente para o próximo grande teste ou tarefa de redação. Isso pode ser feito planejando com antecedência, visitando um professor de redação ou encontrando tempo para conversar com os educadores sobre as dificuldades.
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Se possível, o ideal é evitar o desapontamento dos alunos em relação às notas. Isso muitas vezes alimenta um sentimento de fracasso, já que os alunos veem pouco sentido em se esforçar para algo que não conseguem ter sucesso.
Para evitar esse sentimento, permitir que os alunos refaçam a maioria das provas pode ser uma saída. Por motivos semelhantes, também vale deixar uma margem para os alunos que não cumpriram os prazos. Afinal de contas, o objetivo em qualquer disciplina é que o estudante, de fato, domine um conceito.
A primeira semana de aula é a oportunidade de estabelecer as orientações para refazer as provas:
Dar essa chance para os alunos mostra que o professor reconhece a humanidade de seus estudantes. Isso porque todos, inclusive professores, têm dias ruins, dores de cabeça ou um problema pessoal que pode afetar a qualidade da concentração.
Na experiência do professor David Cutler, que aplica essa metodologia, o retorno que teve dos estudantes sobre essa política foi positivo. “Refazer a prova nos permite saber que você quer que a gente melhore. Você nos dá a oportunidade de fazê-lo. Isso me leva a prestar mais atenção em seus comentários e sugestões”, disse um aluno.
Rick Wormeli, autor do livro Fair Isn’t Always Equal: Assessment and Grading in the Differentiated Classroom (Justo não é sempre equitativo: avaliação e classificação na sala de aula diferenciada, em tradução livre), diz que “uma criança não faz uma tarefa, não importa quão grande seja, e eu acabei de dar a ele um zero? Ele não fica competente. Ele continua incompetente”.
O autor também questiona se é melhor dizer somente “você errou”, ou se pode ser mais proveitoso caminhar ao lado dessa criança para que ela se desenvolva ao fazer algo pela segunda e terceira vez. “Me parece melhor no longo prazo do que simplesmente rotular uma criança por falhar em um prazo”.
Se por um lado é importante que os alunos sejam responsáveis, por outro a irresponsabilidade ocasional não pode atrapalhar a aprendizagem. A chave é tratar cada situação como única. Quando se trata de ser justo, um tamanho não serve para todos.
Publicado originalmente em Edutopia. Traduzido por Ingrid Matuoka.