10 ideias para construir uma comunidade escolar

Publicado dia 16/04/2019

Por Emelina Minero, do site parceiro de conteúdo Edutopia. Traduzido por Ingrid Matuoka.

Há tempos os professores sabem que quando os estudantes se sentem protegidos e seguros na escola, eles têm mais foco e energia para aprender. E pesquisas embasam isso: um estudo de 2018 descobriu que quando os professores deliberadamente promovem um sentimento de pertencimento com cada aluno, eles veem “melhorias significativas no engajamento acadêmico e reduções no comportamento disruptivo”.

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Com base neste estudo, a Edutopia compartilhou outras ideias para garantir que se forme uma comunidade na sala de aula e que todos os alunos pertençam a ela.

Algumas das atividades abaixo levam menos de cinco minutos, e estão divididas por séries, mas muitas podem ser aplicadas em todos os anos.

Educação Infantil e Fundamental I

Anúncios em voz alta: esta é uma maneira rápida dos alunos celebrarem um ao outro por fazerem um bom trabalho ou por tentarem algo difícil. Os anúncios podem acontecer a qualquer momento em uma classe.

A professora Valerie Gallagher, de Rhode Island, soa um sinal quando quer chamar a atenção da classe para perguntar quem tem um anúncio a fazer. “Não sou só eu, a professora, que diz ‘você está indo bem’. É uma maneira de interagir e celebrar a positividade”, diz Gallagher.

Sextas-feiras amigáveis: Elizabeth Peterson, professora em Massachusetts, usa as sextas-feiras amigáveis como uma maneira simples dos alunos se engajarem. Peterson faz com que seus alunos escrevam uma nota amigável e anônima para um colega de classe ou façam discursos estimulantes e inspiradores para si próprios ou para um colega.

Compartilhando atos de bondade: a professora Marissa King, de Oklahoma, compartilha duas atividades que incentivam a gentileza. Na primeira, o professor dá aos alunos instruções secretas de bondade, como escrever uma nota anônima para um colega que está com dificuldades em uma de suas aulas.

A segunda atividade consiste em observar os atos de bondade dos outros: quando um aluno vê um colega arrumando a sala de aula, por exemplo, ele pode postar uma nota de agradecimento no “muro da bondade”, que pode ser digital e compartilhado.

Fundamental II

Tweets de papel: para construir uma comunidade em sua sala de aula, Jill Fletcher, da Kapolei Middle School, no Havaí, criou um quadro de avisos baseado na rede social Twitter. Os alunos usam um modelo de papel para criar um perfil e inscrevem pelo menos três seguidores – um amigo, um conhecido e alguém com quem eles não interagem muito.

A atividade faz com que escrevam sobre seus estados de espírito atuais ou sobre novas coisas que acontecem em suas vidas, fixem no mural, para que então seus seguidores respondam.

Exemplo de Twitter na versão de papel

Crédito: Jill Fletcher

Normas de classe: Bobby Shaddox, um professor de estudos sociais da King Middle School, em Oregon, fez seus alunos desenvolverem um conjunto de normas para si próprios – adjetivos que os descrevem como uma comunidade.

“Em vez de uma lista de regras de cima para baixo que um professor dá a uma aula, estas são normas que geramos juntos”, explica Shaddox.

Saudações em grupo: é um momento compartilhado entre dois ou mais alunos no início ou no final de uma atividade. Uma interação motivada pelo professor que cultiva a comunidade. O gesto compartilhado pode ser físico – como um aperto de mão – ou social, como quando um professor pede aos alunos que expressem sua gratidão aos membros do grupo.

Existem alguns dados interessantes que apoiam essa ideia: os pesquisadores do estudo citado no início deste texto descobriram que as equipes da NBA cujos jogadores se cumprimentam mais no início da temporada – com um aperto de mão ou um high five – tiveram os melhores recordes da temporada.

Ensino Médio

Reuniões matinais: Riverside School, uma escola na Índia, usa uma versão de reuniões matinais em todos os níveis escolares como “um tempo puro de construção de relacionamentos”. Conduzidas por professores ou alunos, as reuniões incluem aspectos físicos, sociais ou emocionais, envolvendo atividades ou discussões sobre tópicos sensíveis, como o bullying.

Guerra de bolas de papel: os alunos anotam anonimamente algo que gera estresse em um pedaço de papel, amassam, se juntam em um círculo e brincam de jogar as bolinhas de papel contra os outros. Quando isso termina, eles pegam uma bola e leem em voz alta o que está escrito em seu interior.

“A ideia é que estamos nos movimentando. Podemos nos divertir, rir, gritar, ser barulhentos e depois ter essa discussão sobre o estresse “, diz Marcus Moore, líder consultivo da Urban Prep School, em Chicago.

Apreciação, pedido de desculpas, descobertas: como uma atividade de encerramento rápido e diário, os alunos se reúnem em círculo e compartilham em 1 minuto algo que apreciaram sobre um de seus colegas, fazem um pedido de desculpas ou dividem um momento de descoberta. O professor deve ser o primeiro a falar, para iniciar a atividade e estimular que mais estudantes participem.

“Esse tipo de apreciação e reconhecimento da comunidade pode ajudar muito na construção de laços”, explica Aukeem Ballard, educador da Summit Public Schools, em São Francisco.

Rosa e espinho: no início da aula, o professor e os alunos se revezam compartilhando uma rosa (algo positivo) e um espinho (algo negativo). O processo leva cerca de cinco minutos.

“Um espinho de baixo risco pode ser ‘eu me sinto cansado’. No entanto, muitos alunos escolhem compartilhar fatos mais pessoais, como ‘meu espinho é que meu cachorro está doente e estou realmente preocupado com ele’”, explica Alex Shevrin Venet, um ex-líder da escola.

Escola

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