Projeto Bizzu leva comunicação popular a comunidades do Pará

Publicado dia 01/10/2013

Iniciativa: Bizzu – jornada de oficinas de comunicação

Pública ou Privada: Pública

Descrição: Além de ser o segundo maior estado do território brasileiro, o Pará é também o mais populoso da região norte, com mais de 7 milhões de habitantes. São 144 municípios com características muito distintas – para chegar a muitos deles, é preciso viajar de barco por até 36 horas.

Foi pensando no contexto sociogeográfico do estado que a Secretaria Estadual de Comunicação idealizou o projeto “Biizu – jornada de oficinas de comunicação” que tinha como objetivos aproximar o órgão da população e incentivar os diversos sujeitos a se apropriarem de ferramentas e linguagens jornalísticas para falar de temas de seu interesse e da região.

Criticidade e transformação

Segundo Kaplún, que atuava com comunicação popular na América do Sul, a produção de informação sobre o contexto local faz com que as pessoas aprendam mais sobre onde vivem e sobre elas mesmas. A partir desse aprendizado, os indivíduos podem se tornar mais críticos e atuantes em suas comunidades.

Além de ser um direito constitucional, o ato de produzir e receber informações é também um processo educativo. Para o teórico uruguaio Mario Kaplún, a comunicação é um processo indissociável da educação e, seguindo as palavras de Paulo Freire, o domínio e conhecimento das linguagens e ferramentas da comunicação é também uma ação emancipatória.

Para apresentar às diversas comunidades como elas podem utilizar as ferramentas de comunicação, o projeto leva instrutores de sete áreas da comunicação (fotografia, jornal impresso, grafite, rádio, desenho, audiovisual e Internet) a escolas, hospitais, centros comunitários, culturais, entre outros espaços.

Embora a oferta se desse a diferentes equipamentos públicos e comunitários, as escolas públicas do estado foram as maiores parceiras do projeto, já que possuíam maior estrutura para receber alguns equipamentos e, além disso, tinham capacidade para reunir e agregar as outras organizações do bairro e/ou cidade.

OficinaBizzu/Crédito:Divulgação

OficinaBizzu/ Crédito:Divulgação

Como funciona

A escola ou organização entra em contato com a secretaria, que, durante uma semana, oferece formação nas sete ferramentas da comunicação. Antes de chegar até o local onde a oficina é realizada, a equipe organiza uma campanha publicitária com apoio das rádios locais, chamando as pessoas a participarem. Na maioria das vezes, os estudantes das escolas são os que mais se envolvem com a proposta.

Oficina Biizu/Crédito: Divulgação

Oficina Biizu/Crédito: Divulgação

Nas escolas, a equipe se distribui em sete salas diferentes, de acordo com as áreas da comunicação. Participam, em média, 20 a 25 estudantes por turma e o curso tem duração de 20 horas/aula, em uma semana de formação.  Durante a semana são apresentadas as técnicas e etapas de produção de cada modalidade da comunicação.  Ao final do curso, cada turma produz um material em sua respectiva área, que tenha relação com a comunidade do entorno. Ao final do processo, o estudante recebe um certificado de que passou pela oficina, o que vem colaborando até mesmo para inserção do público no mercado de trabalho.

Início e duração: 2011 até os dias atuais.
Local: diferentes equipamentos públicos e comunitários do estado.
Responsáveis: Diretoria de Comunicação Popular e Comunitária, da Secretaria de Comunicação do Estado do Pará.
Envolvidos e parceiros: Escolas do Estado do Pará (PA), unidades socioeducativas, hospitais, centros comunitários e culturais.
Financiamento: Secretaria Estadual de Comunicação do Pará. 

Principais Resultados:

Projeto Biizu/Crédito: Rodrigo Grillo

Projeto Biizu/Crédito: Rodrigo Grillo

Desde o início das oficinas, já foram mais de setenta atividades em diversos pontos do estado, com mais de 3 mil alunos certificados. A coordenação da secretaria percebe que, a cada oficina, os estudantes passam a perceber que são capazes de construir mudanças em seus bairros ou cidades por meio da comunicação. Muitos deles, acabam se envolvendo profissionalmente com áreas da comunicação ou até mesmo se tornando oficineiros do projeto. Além disso, algumas comunidades vêm produzindo suas próprias rádios locais, aguardando, agora, processos de concessão do sinal pelo Governo Federal.

A partir do Biizu foram criados outros dois projetos. Um deles é o Comunique, no qual o estudante pode passar um mês inteiro participando das oficinas. Em vez de escolher apenas uma área da comunicação, o educando participa das sete linguagens e ao final, recebe um certificado de curso em comunicação popular.

O outro é o projeto Rota Urbana pela Arte (RUA), criado como uma atividade de extensão destinada a estudantes que já passaram por alguma oficina do Biizu e que desejam realizar algum tipo de intervenção em sua comunidade, a partir do que aprenderam. No RUA, o estudante recebe uma bolsa e acompanhamento dos profissionais para a realização do projeto.

Contatos
Facebook: www.facebook.com/projetobiizu
Telefone: (91) 3349-3533

Educomunicação e políticas públicas: os desafios e as contribuições para o programa Mais Educação

As plataformas da Cidade Escola Aprendiz utilizam cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para recomendar conteúdo e publicidade.
Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.