Na Bahia, Centro Juvenil de Ciência e Cultura promove conexão de saberes

Publicado dia 16/05/2014

Iniciativa: Centros Juvenis de Ciência e Cultura  (CJCC)

Pública ou Privada: Pública

Na entrada, a frente de um avião desperta a curiosidade de quem chega. Mais adiante, é possível visualizar uma sala cheia de instrumentos produzidos com materiais recicláveis, enquanto na outra seção, descobre-se que o ato de pedalar uma bicicleta pode gerar energia elétrica.

As atividades acima são apenas alguns dos meios que os Centros Juvenis de Ciência e Cultura da Bahia encontraram para trabalhar disciplinas escolares de forma diferente. Criado em 2013, o primeiro deles está dentro do Colégio Central de Salvador (BA) e o segundo em Senhor do Bonfim, a 400 km da capital.

Divulgação: Secretaria de Educação Estadual da BA

Divulgação: Secretaria de Educação Estadual da BA

Cada centro juvenil  é uma escola, mas com características bem diversas das tradicionais. Os alunos, que já estão matriculados em uma unidade escolar regular, têm a liberdade para escolher participar. Mas mesmo assim, o total de estudantes chega a 3 mil nos centros, nos quais o principal objetivo é ampliar o acesso à cultura, ciências e tecnologia às juventude do estado.

Pensado diante do desafio de alavancar o ensino médio da Bahia, que aparecia abaixo das médias nacionais, o projeto foi criado a partir de um decreto estadual. Os centros, que funcionam no período complementar ao turno escolar, oferecem atividades variadas. A iniciativa que tem claros elementos da Educação Integral (como valorização dos saberes comunitários, interdisciplinaridade, integração comunitária e aprendizagem baseada na vida real) atende, principalmente, alunos que estejam próximo ao perímetro dos centros juvenis. 

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O diferencial do programa é a possibilidade de gerar conexões entre temáticas ligadas à vida dos jovens, para assim potencializar a vontade de aprender questões relacionadas tantos às áreas socioculturais, quanto às científicas e tecnológicas. As atividades têm sempre como mote a transversalidade do conhecimento, para que o estudante consiga relacionar os diversos temas e se inspire para buscar outras aprendizagens.

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Reprodução

Construídos estrategicamente próximos de um núcleo de escolas, cada um dos sete centros existentes têm também a função de criar uma rede de colaboração entre essas unidades e seus alunos. São oferecidos cursos e oficinas de curta e longa duração. Algumas das atividades podem até mesmo ser realizadas pela comunidade de forma geral, como cursos de vídeo ou artes visuais.

Como funciona

Os Centros funcionam durante toda a semana, nos três turnos e, no futuro, ficarão abertos também aos sábados.  Há quatro núcleos: artes, cultura e práticas corporais; linguagem e comunicação; ciências da natureza, humanidades e matemática e expressão quantitativa. São exemplos de atividades as exposições de filme, cursos, oficinas em vários formatos, games ou até mesmo um simulador de voo, quando aprendem desde astronomia e física até história.

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A realização das ações vão ao encontro dos interesses dos alunos. Por isso, cada um dos centros possui diferentes modelos de aulas, mas levando em consideração as cinco grandes áreas de conhecimento.

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Com participação por adesão, o projeto não possui provas, mas sim o grande desafio de manter os estudantes sempre envolvidos. Não há matrículas também, assemelhando-se a uma extensão universitária, na qual os estudantes podem escolher aquilo que realmente têm vontade, fomentando a autonomia a favor do aprendizado.

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A presença da universidade no espaço escolar

Estrutura

Todas as unidades possuem uma sala audiovisual, uma redação multimídia, laboratório de experimentos, lousas eletrônicas e equipamentos lúdicos como ferramenta do aprendizado.

Cada unidade possui uma equipe semelhante a de uma escola. Diretor, vice e coordenadores de área. No lugar de professores, as salas contam com monitores, que são estudantes universitários selecionados pela secretaria de educação, que recebem orientação dos responsáveis dos núcleos. Além disso, universidades e centros de pesquisa podem firmar parcerias com os CJCCs, a fim de trazer conteúdos acadêmicos para dentro do espaço. Para a coordenação do programa, integrar os coordenadores (que já eram do sistema de ensino regular) com os estudantes universitários é um ganho para o projeto, uma vez que as experiências do primeiro grupo se cruzam às habilidades em manusear instrumentos tecnológicos do segundo.

Início e duração: de 2013 aos dias atuais
Local: Bahia (BA)
Responsáveis: Secretaria Estadual de Educação da Bahia
Envolvidos e parceiros: Rede Estadual de Ensino
Financiamento: Superintendência de Desenvolvimento da Educação
Básica – SUDEB, da Secretaria de Estado da Educação.

Principais Resultados:

Após um ano do lançamento do primeiro Centro Juvenil de Ciência e Cultura, a coordenação do programa aponta como um dos principais resultados o número de jovens atendidos, que já chegou a 3 mil. O diferencial é que boa parte deles aderem às atividades de forma espontânea, o que, no contexto da evasão escolar presente no estado, é um número bem representativo. Além disso, é possível apontar, por meio de relatos dos alunos, melhor compreensão de disciplinas como física e matemática, já que as atividades envolvem diversos temas em diálogo com experiências concretas e de interesse da juventude.

Materiais: Leia aqui o documento-base do programa

Site: http://institucional.educacao.ba.gov.br/centrosjuvenis
Facebook: Centro Juvenil de Ciência e Cultura

Comunidade

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