publicado dia 07/10/2025

Educação Integral em Debate: como duas escolas públicas integram o currículo e aproximam a comunidade

Reportagem: | Edição: Tory Helena

🗒 Resumo: O Seminário Educação Integral em Debate 2025 recebeu educadores e estudantes de duas escolas públicas para compartilharem suas experiências de integração curricular e de aproximação com a comunidade.

De que formas os estudantes podem aprender no território? Como a comunidade pode participar mais da escola e se ver representada no currículo?

Seminário Educação Integral em Debate 2025 recebeu estudantes e educadoras das escolas EMEF Carlos Marighella, em Marabá (PA), e Escola Municipal Prefeito Eurípedes de Siqueira, em Almirante Tamandaré (PR), para compartilhar suas experiências.

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Este foi o tema da mesa “Integração curricular e comunitária na Educação Integral em Tempo Integral”, que aconteceu na manhã desta terça-feira, 7 de outubro. Organizada pelo Centro de Referências em Educação Integral, a 4ª edição do evento é gratuita e conta com transmissão online.

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Com mediação de Tereza Perez, diretora-presidente da Roda Educativa, a mesa contou com participação de Rosa Reis, gestora da EMEF Carlos Marighella em Marabá (PA), e de Kelly Cristina de Souza, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Prefeito Eurípedes de Siqueira em Almirante Tamandaré (PR). Representando a voz das crianças na Educação Integral de Almirante Tamandaré, as estudantes Izis Marina Lins e Yasmin de Fátima Florencio completaram a roda de conversa.

O Seminário também abordou o novo Plano Nacional de Educação (PNE) e as perspectivas para a Educação Integral na próxima década.

Amanhã (08/10), o evento continua com mais experiências de escolas públicas e redes de ensino com Educação Integral e discussões sobre Territórios Educativos e o papel das redes na efetivação da Educação Integral.

Assista ao primeiro dia do Seminário Educação Integral em Debate:

EMEF Carlos Marighela e a conexão com a comunidade

Em Marabá (PA), a única escola de tempo integral do município é a EMEF Carlos Marighella, localizada em um assentamento rural, e que recebe crianças da Educação Infantil aos Anos Finais do Ensino Fundamental por 7h30 diárias, a partir das 8h.

Rosa Reis, educadora popular, dirigente estadual do setor de Educação do Movimento Sem Terra (MST) e gestora da escola, contou que a comunidade participa de todas as reflexões e decisões sobre como a escola deve funcionar e qual é seu papel para aquelas pessoas. “Em assembleia, revimos todo o nosso Projeto Político Pedagógico (PPP) junto com a comunidade”, disse.

“Aqui as crianças produzem muito, colocam a mão na massa, aprendem por meio da vivência e constróem o conhecimento juntos”, diz Rosa Reis.

No trabalho pedagógico, a Agroecologia atravessa todas as áreas do conhecimento. “É uma matriz muito importante, porque estamos destruindo a vida, não só as matas, então ela [a Agroecologia] precisa ser massificada nas escolas para chegar na casa das crianças”, afirmou Rosa.

As crianças participam da construção e manutenção de um viveiro de mudas, horta, plantio de árvores e cultivo de sementes crioulas, que também servem para abastecer a cozinha da escola e como ambiente para brincar e realizar atividades.

A escola também realiza atividades e projetos de Artes, danças, jogos estudantis e muita Literatura. “Trazemos escritores do território para conversar com os crianças, para que eles possam se desafiar a escrever seus próprios livros e poesias, e realizamos roda de leitura quinzenais na casa das famílias. Levamos livros, teatros e música para tornar a cultura acessível a toda a comunidade”, disse Rosa.

“Aqui as crianças produzem muito, colocam a mão na massa, aprendem por meio da vivência e constróem o conhecimento juntos”, completou Rosa.

Escola Municipal Prefeito Eurípedes de Siqueira e o território

A coordenadora pedagógica da escola de tempo integral da rede municipal de Almirante Tamandaré (PR), Kelly Cristina de Souza, contou que a unidade fica no pé de um morro, mas isso não impede que as crianças subam e desçam ladeiras para investigar o território.

“A gente planta alface, cebolinha, temos composteira e criamos minhocas”, diz a estudante Izis Marina Lins.

Estar na rua faz parte do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola. Com frequência, visitam museus, parques, zoológicos e outros passeios para aprender e conviver no território. “Ontem andamos e comemos ameixa e amora do pé”, contou Yasmin de Fátima Florencio Coimbra, estudante do 5º ano do Ensino Fundamental.

Sobre o trabalho pedagógico, ela comentou: “Gostamos das aulas dos professores, cada um tem uma maneira de falar. Cada dia aprende uma coisa nova, diferente. Quem tem dificuldade, os professores ajudam”.

A escola também possui uma horta cuidada pelos estudantes. “A gente planta alface, cebolinha, temos composteira e criamos minhocas”, relatou Izis Marina Lins, estudante do 4º ano.

Kelly afirma que a opinião das crianças faz parte da avaliação do trabalho da escola. “É muito interessante ouvir as crianças. Elas conseguem trazer outros aspectos, outro olhar para essa avaliação”, disse.

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