publicado dia 16/09/2024
Consciência Negra: 10 livros para trabalhar as relações étnico-raciais na escola
Reportagem: Da Redação
publicado dia 16/09/2024
Reportagem: Da Redação
🗒️ Resumo: Confira cinco livros sobre valorização da cultura e da história africana e afro-brasileira para ler com crianças e adolescentes e cinco livros para apoiar a formação continuada da comunidade escolar em Educação para as relações étnico-raciais.
Na missão de combater o racismo, ninguém pode ficar de fora. Com as crianças e adolescentes, é fundamental dar a elas a oportunidade de conhecer mais sobre a ancestralidade negra em perspectivas de valorização e potência, bem como as contribuições atuais de pessoas negras.
Por parte de professores, funcionários e famílias, é possível organizar grupos de trabalho e formações continuadas que envolvam a todos – brancos, negros, indígenas e amarelos – nos estudos sobre o que é branquitude, negritude, racismo e como ele se expressa e pode ser combatido a partir da escola.
Leia + Como autoavaliar as relações raciais na escola?
Isso se faz necessário não apenas no mês da Consciência Negra ou para cumprir a lei 10.639, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de cultura e história africana e afro-brasileira em toda a extensão curricular da Educação Básica, mas por um dever cidadão de reparação histórica o ano todo.
Para apoiar este trabalho, o Centro de Referências em Educação Integral preparou uma lista de livros. Há indicações de obras para serem lidas com crianças e adolescentes e outras que podem apoiar a formação de adultos no tema.
Neste disco-livro, acompanhamos as descobertas que Maria Flor, uma menina de quatro anos, faz nas rodas de samba da família. Periferia, quintal, música, família e ancestralidade compõem o universo desta obra escrita por mulheres sambistas. As canções do livro estão disponíveis gratuitamente no YouTube:
Parte da Educação e da sociedade costuma retratar africanos somente como escravizados ou enquanto pessoas que enfrentam vulnerabilidades sociais. Para mudar esta visão, o livro traz 12 contos da mitologia iorubá sobre princesas e príncipes africanos, uma forma de valorizar a ancestralidade da população negra do país.
Conversar sobre feminismo e racismo, que falam de uma dura realidade vivida por muitas famílias, não é tarefa simples. Este livro faz um convite ao diálogo de forma sensível, lúdica e adequada às infâncias, e dá a oportunidade de fortalecer vínculos de confiança entre adultos e crianças.
Obax é uma menina corajosa e aventureira, que já caçou ovos de avestruz, apostou corrida com antílopes e enfrentou ferozes crocodilos na savana africana.
Mas ninguém acreditava nela. Para provar seus feitos a toda a aldeia, se junta a Nafisa, seu amigo elefante, e parte em novas aventuras. As ilustrações que acompanham a jornada da menina se somam à história para apresentar às crianças um pouco da cultura africana.
O livro mergulha nos desafios que “a mulher do fim do mundo” enfrentou durante sua infância, os vários lutos que viveu, e sua ascensão global para manter vivo o legado da “voz da resistência” por gerações, mostrando sua luta por equidade racial e um mundo mais justo.
Quais são os privilégios culturais e sociais que as pessoas brancas carregam? Por que há uma suposta universalidade e neutralidade de brancos?
Estes são alguns dos questionamentos que a obra propõe para pensar e reconhecer a construção social e histórica da branquitude, bem como os caminhos para transformar este cenário.
Em linguagem acessível e produzida com base em experiências do chão da escola, a obra dispara reflexões e formações individuais e coletivas sobre branquitude, bullying e racismo, práticas pedagógicas e outras formas de ser e estar na escola, bem como sobre a impossibilidade de promover o antirracismo responsabilizando individualmente algumas criança em situações de conflito pontuais.
A obra explica o que é o colorismo, discriminação racial com base nas tonalidades de pele, como o racismo opera diante dessa variação, a utilização estratégica do conceito pela branquitude a fim de segregar e minar a união de pessoas negras e, ainda, traz uma abordagem feminista do colorismo.
A filósofa Sueli Carneiro explica como a identidade e a intelectualidade de pessoas negras foi negada ao longo da história pelos ideais de supremacia branca. A autora, um dos grandes nomes do movimento negro da atualidade, reforça a importância primordial de uma Educação para as relações étnico-raciais.
O professor de História da África na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, reúne artigos para oferecer metodologias de trabalho para uma educação antirracista.
Há propostas metodológicas para a formação inicial e continuada de professores, atividades para as escolas e um diagnóstico do cotidiano e das práticas de educação das relações étnico-raciais. O livro é gratuito.