publicado dia 31/10/2018
Seminários propõem escuta e diálogo com as juventudes
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 31/10/2018
Reportagem: Ingrid Matuoka
“Adultos e educadores se baseiam em suas próprias convicções sobre quais são as decepções, aspirações e necessidades dos adolescentes para decidir sobre as políticas educacionais para a juventude. Mas e se ao invés disso ouvíssemos o que eles têm a dizer?”, questiona o professor Elie Ghanem, um dos coordenadores da série de seminários Políticas de Ensino Médio: construção coletiva, que acontece até meados de 2019 com o propósito de ouvir jovens de todo o Brasil.
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Ghanem é docente na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), instituição que ao lado da Ashoka e da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, idealizou a iniciativa. Serão cinco encontros em cada região do País, com participação presencial e virtual, para diálogo e apresentação de propostas de políticas para o Ensino Médio, buscando debates e convergências.
O professor da USP explica que foram convidadas várias organizações e escolas para apresentarem suas propostas, como desenvolvem seus projetos, quais são as necessidades que têm, e como enxergam as políticas públicas de Educação, como a Reforma do Ensino Médio.
O objetivo final é fazer dessa participação da sociedade civil, e especialmente dos jovens, um documento que sirva para interlocução com o poder público. Os coordenadores do seminário na região Sudeste estão, agora, articulando universidades de outras regiões do Brasil que também possam sediar o seminário.
“Temos em mente que não há somente uma juventude no Brasil, mas várias. E são gente como nós, mas não são tratados da mesma maneira. É preciso que eles tenham condições de expressar quais são seus projetos de vida e que tenham todo o apoio da sociedade para concretizá-lo”, diz Elie Ghanem.
O seminário teve início em 20 de outubro de 2018, com o tema “Juventudes: modos de vida, condições, expectativas, projetos de vida e ações”. Participaram representantes de universidades, de escolas, de coletivos de jovens das periferias e instituições educacionais com propostas inovadoras como o Projeto Âncora (SP), Oficina Escola de Arte Granada (RJ), Colégio Viver (SP), Escola da Serra (MG), Plano de Menina (SP) e CIEJA Campo Limpo (SP).
Também estiveram presentes os representantes das instituições que coordenarão esta iniciativa nas regiões Sul e Nordeste, respectivamente o Instituto Federal do Paraná (IFPR) campus Jacarezinho e a Universidade Federal do Ceará (UFC).
Todas as discussões e propostas apresentadas tinham como norte o fortalecimento da participação dos jovens nas políticas de Ensino Médio. Uma das propostas que surgiu foi a de criar um programa em nível federal, estadual e municipal, que ofereça recursos para que os adolescentes tenham condições de participar da vida política.
“Para que as juventudes tenham como elaborar e definir projetos pessoais para participação em ações coletivas, eles precisam, por exemplo, ter contato com variadas realidades. Isso requer que eles possam se transportar, e que tenham acesso à informação”, conta o professor Ghanem.
Confira a agenda dos próximos seminários marcados na cidade de São Paulo, na Faculdade de Educação da USP: