publicado dia 17/01/2018
Brincadeiras do tempo de pais e avós para serem compartilhadas com as crianças
Reportagem: Da Redação
publicado dia 17/01/2018
Reportagem: Da Redação
Por Ingrid Matuoka e Thais Paiva
Na era de videogame e outros jogos e brincadeiras tecnológicas, é comum constatar que brincadeiras do tempo de pais e avós têm caído no esquecimento.
No entanto, como aponta o estudo Brinquedos, brincadeiras e cantigas de roda: como brincavam nossos pais e avós, resgatar essa cultura é um rico exercício, pois possibilita às crianças conhecer e vivenciar novas experiências, além de uma reflexão empática de como brincavam as infâncias de outrora.
Ao abordar e praticar as brincadeiras dos tempos dos pais e avós, amplia-se o repertório lúdico desses jovens. Além disso, neste processo de investigação, isto é, quando as crianças perguntam para seus familiares como brincavam, onde e com quais pessoas, ocorrem trocas férteis e aproximação entre as diferentes gerações por meio da valorização da experiência do outro.
Nesta perspectiva, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou algumas práticas tradicionais que podem promover diálogos intergeracionais e, claro, entreter as crianças.
As cantigas de roda brasileiras têm grande influência das culturas africanas, indígenas e europeia e fazem parte do folclore do País. Transmitidas de geração em geração, revelam muito sobre a cultura local, misturando tradição oral ao brincar.
Em cantigas de rodas, as crianças dão as mãos, cantam juntas diversas músicas, que normalmente brincam com os nomes de quem está na ciranda. Além disso, costumam vir acompanhadas de coreografias, o que estimula a sintonia entre os pares, que precisam mover-se ao mesmo tempo, fazendo os gestos em sintonia.
Dentre as cantigas mais conhecidas, estão Escravos de Jó, Atirei o pau no gato, O cravo e a rosa, Sapo Cururu e a tradicional Ciranda, cirandinha.
Com o pião em mãos, enrole o barbante ao redor do brinquedo, de cima a baixo, e segure uma ponta. A ideia agora é lançar o pião com um movimento similar ao de chicotear, ainda segurando uma das pontas, para fazê-lo deslizar pela corda e rodar assim que a ponta de ferro bater no chão.
Se não der certo de primeira, não se frustre, esta brincadeira requer certa habilidade. Os mais velhos também podem entrar em ação para ensinar os macetes que facilitam fazer o pião rodopiar. E quando as crianças pegarem o jeito, pode-se desenhar um círculo no chão e desafiá-las a lançar o pião dentro da área delimitada.
Muito utilizada em coletivos de teatro para estimular e praticar o ritmo e a sintonia entre todos, pular corda em grupo é uma atividade que exige prestar atenção no outro. Como essa brincadeira pode vir acompanhada de muitas canções, a comunicação entre os pequenos também tem papel relevante.
Com uma corda longa e três crianças ou mais, a brincadeira ganha forma. Em cada ponta, fica uma criança responsável por bater a corda em sincronia. Outra fica no meio e pode pular a corda de frente ou de lado para uma das pontas. Também é possível pularem duas ou mais pessoas juntas, em um pé só, e que elas tentem entrar no meio da corda para pular depois de ter começado a girar.
Esta brincadeira também pode ser realizada individualmente, de diversas maneiras: com um pé após o outro ou os dois juntos, e aumentando a velocidade. Vale contar qual o máximo de pulos feitos sem errar, e se desafiar a superar essa contagem.
Se quiser dificultar, pode-se pular a corda alternando entre um pulo normal e um cruzado. Quando os braços estiverem em sua frente, cruze a corda e tente passar as pernas pelo laço inferior, e descruze ao passar pela altura da cabeça, pulando a corda do jeito tradicional.
E para acompanhar os pulos, existem diversas músicas que podem ser cantadas junto.
As bolinhas de gude permitem diversas brincadeiras. A maneira tradicional é uma competição em que uma criança acerta a bolinha do adversário para tentar capturá-la para si.
Conforme o combinado entre as crianças, as bolinhas podem ser devolvidas ao final da partida, mas tudo varia de acordo com a capacidade de negociação entre os pares e o autoconhecimento dos pequenos para saber o que preferem, e se são capazes de lidar com as perdas.
Para dificultar a atividade, pode-se criar uma espécie de arena no chão, em formato triangular ou circular, colocando no centro três bolinhas de cada participante. As crianças têm que acertar as bolas partindo de fora da arena. Se alguém não acertar nenhuma bolinha, perde a vez. E se ela ficar presa dentro da área delimitada, também perde a bolinha.
Outras maneiras de brincar com as bolinhas de gude envolvem completar circuitos desenhados ou acertar latas e outros objetos posicionados no chão.
Para lançar as bolinhas, vale atenção à posição dos dedos. O indicador deve envolver a bolinha em formato de gancho, e o polegar serve para dar o impulso que vai lançar a bola. Os pais e avós também podem mostrar como jogavam e qual era a sua melhor técnica para fazer a bolinha atingir um alvo.
Esta brincadeira funciona melhor em espaços abertos, em que a criança pode correr. Basta um pneu de bicicleta ou um bambolê posicionado na vertical e uma vareta, galho ou pauzinho para conduzi-lo.
O objetivo é conseguir percorrer a maior distância, ou por mais tempo, sem derrubar o pneu ou bambolê. Para dinamizar a atividade, pode-se criar uma pista de obstáculos e linhas de partida e chegada.
O jeito mais simples de criar uma amarelinha, é desenhá-la no chão de cimento com giz de lousa. Faça um retângulo grande e divida-o em retângulo menores alternando entre um e dois espaços, e enumere-os de 1 a 10.
O objetivo da brincadeira é jogar um marcador, que pode ser uma pedra, em uma das casas e atravessar a amarelinha sem pisar no quadrado em que ele está. Na volta, é preciso pegá-lo do chão.
O desafio está em alternar entre pular em um pé só ou com os dois, bem como manter o equilíbrio para pegar o marcador. Quem completar todos os marcadores de 1 a 10 primeiro, sem errar, ganha. Para dificultar, pode-se adicionar mais marcadores e mais casas para pular.
Forme uma roda e peça a todos que unam a palma das mãos, com os dedos apontando para o centro do círculo. Agora, uma criança vai ser escolhida para colocar um anel ou uma pedrinha na palma da mão, e ela deve percorrer toda a roda passando as suas mãos entre as mãos dos colegas.
Em determinado momento, ela deve deixar o objeto cair nas mãos de quem ela escolher, sem que os demais percebam. Depois, ela vai chamar outra criança para adivinhar onde está o anel. Se acertar, é sua vez de passar o anel. Se errar, está eliminada do jogo.
Aos poucos, as crianças aprendem a prestar atenção aos detalhes e a interpretar as expressões corporais para decifrar sutilezas, bem como aprendem a estabelecer relações de cumplicidade, uma vez que a criança que recebeu o anel também não pode revelar que o objeto está com ela.