publicado dia 05/08/2016
Para especialista, educação integral apoia formatação de políticas públicas
Reportagem: Ana Luiza Basílio
publicado dia 05/08/2016
Reportagem: Ana Luiza Basílio
“O debate da educação integral nos provoca a pensar a agenda da proteção integral, ou seja, a necessidade de se conformar uma rede de políticas públicas articuladas que faça a proteção integral de crianças e adolescentes”.
A afirmação da secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, Macaé Evaristo, elucida algumas questões acerca da educação integral. Se por um lado a agenda pode contribuir com a formatação de políticas públicas, por outro, ainda precisa garantir que os processos educativos tenham centralidade nos sujeitos para que se apontem essas necessidades formativas.
A explanação marcou a participação da gestora pública no Seminário Internacional Equidade e Educação Integral no Ensino Médio realizado em agosto a partir de uma parceria entre o Centro de Referências em Educação Integral e o Instituto Unibanco.
Para Macaé, é fundamental que as escolas dialoguem com as “correrias das juventudes“, termo que usou para explicar as lutas contidas em diversos grupos sociais. Para ela, esse é o caminho para que as políticas educacionais possam reduzir as desigualdades sociais e promover equidade.
Saiba + É preciso considerar o adolescentes antes do aluno
“A escola precisa reafirmar o direito à identidade, o pertencimento étnico-racial, o princípio da representatividade”, colocou ao abordar as lutas da juventude negra. “Precisa promover o respeito à diversidade de gênero, garantir os direitos civis e a permanência neste espaço”, pontuou ao considerar a agenda da comunidade LGBT.
Em seu entendimento, o desafio é pensar a reorganização da lógica escolar a partir dos sujeitos que lá estão, o que significa romper com a lógica atual estruturada. Hoje, a gente organiza as disciplinas, atribui aulas a professores para que eles iniciem o ano letivo e aí chegam os estudantes, ou seja, eles são encaixados em uma matriz já organizada”, observou.
A alternativa seria primeiro conhecer os alunos, pensar sobre o tipo de projeto ou proposta que seriam formulados e então organizar o trabalho escolar. Na educação integral, isso significa ir além do coeficiente tempo, com o aumento da jornada escolar. ‘É considerar experiências de aprendizagem que dialoguem com os percursos e os repertórios das juventudes e que sejam capazes de promover o alargamento dos saberes”, concluiu a gestora.