publicado dia 14/11/2025
Next Generation Brasil: pesquisa mapeia demandas e percepções das juventudes
Reportagem: Ingrid Matuoka | Edição: Tory Helena
publicado dia 14/11/2025
Reportagem: Ingrid Matuoka | Edição: Tory Helena
🗒 Resumo: Para saber mais sobre o que as juventudes brasileiras querem para o país, o British Council realizou a pesquisa Next Generation Brasil 2025. Confira os principais achados.
O Brasil nunca foi tão jovem. Com mais de 61 milhões de pessoas entre 16 e 35 anos, os jovens representam quase um terço da população brasileira. Para ouvi-los sobre o que desejam para o país, o British Council realizou a pesquisa Next Generation Brasil 2025, divulgada em outubro deste ano.
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Foram ouvidos mais de 3 mil jovens de todas as regiões do Brasil sobre temas que vão desde identidade e resiliência até Educação, empregabilidade, cultura e ação climática.
“Estamos produzindo evidências para que os tomadores de decisão possam usar para construir ações, programas e projetos que favoreçam as juventudes e coloquem elas no centro”, explica Bárbara Cagliari Lotierzo, chefe de relações externas e governamentais do British Council.
A especialista conta que durante a pesquisa, muitos jovens relataram ouvir dizer que são protagonistas e vão decidir o futuro do país, mas não veem ações para concretizar isso. De acordo com o estudo, 22% dos jovens afirmaram que se engajariam mais com a política se tivessem contato direto com líderes políticos, 23% se as plataformas políticas fossem mais claras e 24% se as escolas incentivassem a participação cívica.
“Eles querem ser ouvidos de fato e que isso seja incorporado às políticas públicas. A escuta e participação dessa população é fundamental para o desenvolvimento econômico, social e político do Brasil”, diz Bárbara.
Entre outras demandas, os jovens ouvidos pedem inclusão, representatividade e garantia de direitos de indígenas, negros, populações rurais, LGBTQIAPN+, além de pessoas com deficiência e jovens de favelas. A formação de professores em pedagogias antirracistas, decoloniais e inclusivas também está entre as demandas, bem como conselhos de juventude de caráter obrigatório, com orçamento próprio e mecanismos claros de responsabilização.
Do Estado, as juventudes ouvidas pela pesquisa esperam a ampliação das oportunidades de emprego e estágio (29%), redução da desigualdade social e da discriminação (28%), a oferta uma Educação mais prática e voltada ao mercado de trabalho (26%) e a criação de programas de apoio à saúde mental nas escolas (23%).
A pesquisa mostra que metade dos jovens entre 19 e 24 anos não possui diploma universitário e tampouco está estudando. Entre aqueles que não concluíram o Ensino Médio, a desigualdade racial é evidente: quase dois terços são jovens pretos ou pardos, enquanto entre os jovens brancos essa proporção é de um terço.
As disparidades também aparecem no território. Em grandes centros urbanos, 55% dos jovens alcançam o Ensino Superior. Nas favelas, esse percentual cai para 14%, e em áreas rurais, para apenas 10%.
Os professores se destacam como as figuras mais confiáveis para os jovens: 69% dos entrevistados afirmaram recorrer a eles como sua principal fonte de informação, à frente de jornais, família, sites de notícias e redes sociais.
As principais demandas apontadas para melhorar a Educação incluem remuneração e condições de trabalho mais dignas aos professores, formação de qualidade e melhores estruturas físicas nas escolas.
“As escolas e ambientes de ensino em geral têm papel fundamental em promover a participação política das juventudes. São espaços em que os jovens conseguem se engajar e trocar entre si, exercitar a cidadania por meio de conselhos de juventudes, acessar informações e refletir sobre temas como Educação Climática, inclusão digital e diversidades”, afirma Bárbara.
O estudo consolidou as prioridades mais concretas levantadas pelos jovens. Confira a seguir: