publicado dia 29/05/2017
5 títulos na Netflix para discutir educação
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 29/05/2017
Reportagem: Ingrid Matuoka
Séries e documentários disponíveis no serviço de streaming Netflix podem servir como ponto de partida para discussões dentro e fora da sala de aula sobre educação, da Educação Infantil até o Ensino Superior.
Abaixo, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou cinco obras que abordam desde a necessidade de afeto e do brincar até questões como o racismo e o bullying, se não apontando possíveis soluções, pelo menos instigando reflexões.
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“Estamos cuidando bem dos primeiros anos de vida, que definem tanto o presente quanto o futuro da humanidade?”. Essa é a pergunta que norteia tanto o documentário, que estreou em 2016, quanto a série de seis episódios, que explora a fundo diversos aspectos da infância, da família e da Educação Infantil como um todo.
A perspectiva adotada parte da descoberta da neurociência de que os seres humanos são fruto da combinação entre genética, qualidade das relações em que nos desenvolvemos e do ambiente em que estamos inseridos.
A série prima por contar com especialistas e personagens de nove países de diferentes continentes, evitando tratar do assunto pela ótica ocidental somente.
Um professor de escola pública reúne oito de seus estudantes meninos, todos com idade entre 13 e 16 anos. Em roda, distribui a eles uma máscara impressa em papel e realiza um exercício simples.
Os garotos devem escrever na frente da máscara qual é a impressão que eles passam no dia a dia, o que mostram para os outros. No verso, o que escondem. Cerca de 90% das respostas indicavam que os jovens demonstravam alegria e extroversão enquanto escondiam raiva e dor.
Essa é a máscara da masculinidade, assunto desenvolvido ao longo do documentário de 1h30 por especialistas, professores, meninos, adultos e seus familiares, explorando as relações entre essa máscara e o machismo, os índices de violência e de escolaridade, além de temas como o abuso de drogas e o suicídio.
O objetivo é entender de onde vem a noção do que é “ser homem”, como ela se forma, quais são suas consequências para o indivíduo e para o coletivo e, por fim, como a sociedade pode ajudar os homens a tirarem suas máscaras.
“Cara gente branca, aqui está uma lista de fantasias de Halloween aceitáveis: pirata, enfermeira sexy, qualquer um de nossos 43 ex-presidentes. No topo da lista de fantasias inaceitáveis: eu”, diz a ativista negra Samantha White, personagem principal da série, durante uma locução em um programa de rádio da universidade majoritariamente branca.
O programa da rádio é uma das ferramentas utilizadas por Samantha e outros ativistas do movimento negro contra o racismo.
“Cara gente branca” trata, sem meias-palavras, dessa forma de violência no Ensino Superior, abordando as diferentes maneiras pelas quais a sociedade manifesta o racismo e as formas de luta que surgem contra a discriminação.
A série procura fugir das narrativas tradicionais sobre racismo e vivência de pessoas negras e faz provocações e reflexões a partir do humor e da ironia.
Anne with an “E”
A série ficcional retrata Anne, uma menina de 13 anos adotada e de classe social inferior aos colegas da escola que frequenta. Embora o cenário seja o Canadá do fim do século XIX, os conflitos a que Anne é submetida continuam muito atuais, bem como as formas pelas quais ela e sua família lidam com o bullying.
A série se destaca pela sensibilidade e originalidade com que trata este e outros assuntos pesados para a infância, valendo-se do olhar da própria criança.
A série espanhola se passa dentro de uma escola, cujo personagem principal é um professor de Filosofia, pai de um de seus alunos. Cada episódio tem por base as ideias de algum pensador ou escola filosófica, como os peripatéticos, Nietzsche ou Schopenhauer, em que o professor desenvolve, com métodos pouco ortodoxos, temas como política, orientação sexual, educação e a relação entre professor e alunos.
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