publicado dia 04/04/2017

Mobilização virtual explicita racismo nas escolas e universidades

Reportagem:

A Ocupação Preta, coletivo de estudantes negros e negras da Universidade de São Paulo lançou uma campanha virtual, convidando que internautas denunciem casos de discriminação racial vividos em sala de aula. Usando a hashtag de referência #meuprofessorracista, milhares de pessoas já compartilharam nas principais redes sociais casos de desrespeito e violência.

Os relatos trazem desde comparações de estudantes negros a personagens, questionamentos e dizeres pejorativos sobre corpo e mente da população negra a gestos e ações de segregação.

 

Para o grupo, a postura dos professores reitera a necessidade e importância da Lei 10.639/03 que torna obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira nas redes públicas e privadas de educação.

Manifesto

A iniciativa teve início ontem (3/4), quando a Ocupação Preta publicou uma carta aberta questionando a postura de uma docente da Faculdade de Letras, Filosofia e Ciências Humanas da USP que recriminou uma estudante por questionar a utilização na aula de textos do escritor Monteiro Lobato, considerado por várias organizações do movimento negro e diversos pesquisadores, propagandeador de teorias e accepções racistas.

Direitos e a escola

Na perspectiva da educação integral, a identidade étnica-racial e a cultura dos estudantes não apenas deve ser respeitada, como valorizada, superando e enfrentando o racismo e todas as formas de discriminação. Como sugestão de apoio ao trabalho pedagógico, o Centro de Referências indica a Coleção Educação e Relações Sociais, da Ação Educativa, MEC e Unicef.

“Questionamos a professora sobre o fato de vir a sala de aula sem preparar previamente, no mínimo, uma análise do autor e sua postura em relação as suas obras, bem como seu contexto e sua participação na sociedade brasileira. Analogicamente aprofundamos a discussão contando à professora o quão grave seria se trouxéssemos qualquer material que fizesse relação entre alguma minoria a ratos, por exemplo – considerando o uso de ideais pejorativos – sem sequer utilizar um contraponto discursivo. Levantamos o debate sobre o Negro no Brasil atual, porque sabemos que a população ainda é estereotipada e marginalizada nos dias de hoje”, apresenta o texto.

A professora, segundo o manifesto publicado, convocou a segurança do Campus para retirada dos estudantes e “ousou dizer que conhece um professor universitário que, conforme sua fala, ‘é mais negro que todos nós’ alunas e alunos que estávamos presente na aula.”

 

 

Valorizar a diversidade é chave no combate a desigualdades educacionais

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