publicado dia 29/05/2023
Documentário detalha por que é necessário revogar o Novo Ensino Médio
Reportagem: Da Redação
publicado dia 29/05/2023
Reportagem: Da Redação
O documentário “NEM (Novo Ensino Médio) – um Fracasso Anunciado“, do cineasta e ativista social Carlos Pronzato, é a primeira produção audiovisual a detalhar por que a política falhou e o que é preciso para repensar a etapa.
Leia + “Novo Ensino Médio está ferindo os direitos dos adolescentes”, diz Cesar Callegari
O NEM foi instituído pela lei federal 13.415 de 2017 durante o governo Temer, com pouca ou nenhuma participação de estudantes e educadoras(es), e implementado no governo Bolsonaro.
Entre as mudanças, o novo modelo instaura uma nova organização curricular: os itinerários formativos, que ocupam 40% da carga horária. Em tese, eles permitiriam aos jovens escolher áreas do conhecimento para se aprofundar, de forma interdisciplinar e contextualizada.
Na prática, isso não se concretizou, sobretudo nas escolas que já sofriam com falta de recursos, professores e infraestrutura. Os estudantes contam que “não conseguem estudar” e demonstram preocupação com suas condições de acessar o Ensino Superior.
Em 16 de maio, foi apresentado o Projeto de Lei 2601/23, que visa revogar os itinerários formativos. No lugar, propõem a retomada das áreas de conhecimento, “mais afeitas à formação de nossos professores e à demanda das e dos estudantes”, diz um trecho do PL.
O documentário de Carlos Pronzato retoma esse contexto a partir das vozes de pesquisadores, professores, estudantes e técnicos, e explica a necessidade de lutar contra essa política.
O professor e pesquisador Daniel Cara, que lidera a comissão de negociação com o Ministério de Educação, é um dos entrevistados. Ele explica que essa política “gera uma humilhação para os professores” e que ela vai deixar de existir porque “os alunos não aguentam a reforma”.
Outra especialista ouvida é Nita Freire, educadora e viúva de Paulo Freire, que destaca que “Paulo ficaria radicalmente contra. Paulo tem uma teoria de conhecimento humanista, que questiona, que pergunta, que não aceita fórmulas prontas; que cada ser – subjetivamente – tem que procurar o conhecimento ajudado, endossado, pelos seus professores. Isso [o Novo Ensino Médio] não é uma educação libertadora. Isso não transforma o país”.