publicado dia 27/01/2023

Documenta Palmares: plataforma resgata a história e a atualidade do quilombo

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A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) lançou o Documenta Palmares – Um instrumento de pesquisa, fruto dos estudos da professora e pesquisadora Silvia Hunold Lara, do departamento de História da Unicamp, em parceria com uma série de outros pesquisadores e pesquisadoras que vêm se dedicando a estudar o maior quilombo da era colonial brasileira e o principal símbolo da resistência contra a escravização.

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“É muito importante conhecer a história de Palmares, sua luta e resistência, e como essas reivindicações ecoaram ao longo dos séculos até hoje, apesar das várias tentativas de apagar essa memória. O que foi feito com a Fundação Palmares é um exemplo disso, e espero que ela seja reconstruída e volte a cumprir seu papel na defesa de direitos dos povos negros no Brasil”, diz Silvia. 

O Documenta Palmares surge a partir dos achados da especialista ao pesquisar a história dos Palmares, em particular, o Acordo de Paz de 1677, entre Ganga-Zumba, tio de Zumbi, e as autoridades do governo de Pernambuco. 

“Para investigar, tive que revisitar toda a história de Palmares, fazendo um enorme levantamento de documentação, e descobri muita coisa, de maneira que achei que era um serviço público colocá-los à disposição dos interessados”, explica.

A plataforma é dividida em três áreas. A primeira, Fontes, traz mais de 1.800 cópias digitais de documentos manuscritos e impressos que mencionam explicitamente os Palmares, produzidos entre 1595 e 1800. “Pode ser interessante um professor utilizá-los em sala de aula para ler um documento histórico e discuti-lo com a turma”, sugere Silvia a respeito da prática que também pode apoiar a implementação da lei 10.639.

A segunda, Obras, reúne coletâneas de documentos, obras de análise histórica, livros didáticos, produções audiovisuais, músicas, monumentos e tudo mais que foi produzido entre 1600 e 2021 acerca de Palmares. 

Já a terceira e última, Mapas, é uma área interativa, elaborada em coautoria com o pesquisador Felipe Aguiar Damasceno, que parte de toda referência geográfica encontrada na documentação primária para criar um mapa que se modifica ao longo do tempo e dos espaços para mostrar onde estavam os mocambos, vilas, aldeias indígenas, arraiais militares, sesmarias e trajetos de expedições. 

“Nosso objetivo é oferecer a possibilidade de pesquisa para que outras pessoas não precisem começá-la do zero, e vamos seguir atualizando a plataforma conforme surgirem novos documentos”, diz Silvia, que também destaca a área de Contato, para que professores(as) e pesquisadores(as) possam fazer perguntas ou sugestões. “Temos muito interesse nesse diálogo”, reafirma.

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