publicado dia 17/04/2014

A diversidade retratada por sete filmes

Reportagem:

A Páscoa é uma festividade importante para professores e alunos católicos, época em que as pessoas devem olhar para si próprias e pensar sobre suas vidas. E pelo fato da simbologia da data ter relação direta com uma vertente religiosa – entre tantas outras no Brasil e no mundo – o nosso convite é por um olhar para a diversidade, seja ela de qualquer natureza, religiosa, étnica, racial e outras.

Nesta perspectiva, listamos sete filmes que discutem o olhar para o Outro, para o diferente, como uma forma de aprendizado que deve se estender ao longo da vida. De desenhos animados a filmes de temáticas adultas, todas as histórias são convites importantes para educadores refletirem com seus estudantes a importância de valorizar a diversidade e a unicidade de cada pessoa.

1 – Lilo & Stitch, de Dean DeBlois, Chris Sanders (2002)

O filme conta a história da garota havaiana Lilo, de 5 anos, que tem adoração por cuidar de animais menos favorecidos. Costumeiramente, Lilo coleta lixo reciclável nas praias, vende e, com o dinheiro recebido, alimenta peixes em alto-mar. Um belo dia, no entanto, ela se depara com um cachorro e decide adotá-lo. Só que este suposto cachorro é Stitch, um ser alienígena perigoso que, ao ser preso pela polícia interplanetária, foge e cai por acidente na Terra. De forma sensível, Lilo é convidada a enfrentar preconceitos e defender seu “cachorrinho”, um tanto diferente dos demais. Assim como ela, Stitch a defende das outras meninas que zombam do seu jeito de ser.

2 – Sempre amigos, de Peter Chelsom (1998)

Maxwell Kane, 14 anos, é um garoto que vive com os avós, desde que testemunhou a morte da mãe, assassinada pelo próprio marido. O garoto tem problemas de aprendizagem, e passa a encarar melhor os preconceitos à sua volta quando conhece o novo vizinho, Kevin Dillon que tem uma doença que o impede de se locomover. Juntos, os garotos vivem grandes aventuras, superando as expectativas de suas famílias e escolas, mostrando que o diferente une, constrói e permite inovadoras e significativas relações.


Trailer em inglês, sem legenda.

3 – Hotel Ruanda, de Terry George (2004)

Em 1994, Ruanda é marcada por um conflito político que, em cem dias, leva à morte quase um milhão de pessoas. Sem apoio dos demais países, os ruandeses buscaram suas próprias saídas para enfrentar o conflito e é aí que surge Paul Rusesabagina, gerente do hotel Milles Collines, localizado na capital do país, que abrigou mais de 1200 pessoas no hotel durante o conflito. A história é uma excelente oportunidade para discutir conflitos étnicos e entender como a questão se associa às agendas políticas e econômicas no cenário mundial.

A nordestina Macabéa vive em São Paulo, trabalha como datilógrafa e mora em uma pensão miserável, onde divide o quarto com outras três mulheres. Aparentemente sem ambições na vida, a personagem, imortalizada na obra homônima de Clarice Lispector, insiste em “não ser”. Macabéa é única – sem igual, e vive sem a compreensão dos que a cercam.

5 – Transamérica, de Dunckan Tucker (2006)

Bree Osbourne, transexual de Los Angeles, está prestes a realizar uma cirurgia que a transformará definitivamente em mulher. Um dia, recebe um telefonema de Toby, jovem preso em Nova York que está à procura do pai. Suspeitando ser o pai do garoto, Bree vai ao seu encontro, e o tira da prisão; Toby imagina que o transexual é uma missionária cristã tentando convertê-lo. Na história, que se desenrola em uma viagem de carro pelos Estados Unidos, os personagens se questionam o tempo inteiro, compartilhando suas identidades e descobrindo como, aos poucos, podem se encontrar na diversidade.

6 – Philadelphia, de Jonathan Demme

O filme conta a história de Andrew Beckett, promissor advogado que trabalha para um tradicional escritório da Filadélfia, e perde o emprego após ser diagnosticado portador do vírus da AIDS. Ele contrata os serviços de Joe Miller, um advogado negro que é homofóbico. Durante o julgamento, este homem é forçado a encarar seus próprios medos e preconceitos, apoiando que a causa de Andrew ajude a transformar a forma como a sociedade lida com a questão.

7 – Crianças invisíveis, de Kátia Lund, John Woo, Spike Lee e outros (2005)

Sete curtas, sete diretores, sete países, sete narrativas: “Crianças invisíveis” tem como objetivo contar, de forma sensível, a dura realidade das crianças que sofrem com segregação, pobreza, preconceito e violência. Dirigido gratuitamente por nomes como Spike Lee, Emir Kusturika e Kátia Lund, a renda do filme é destinada ao Fundo das Nações Unidas para a Infância e para o Programa Mundial contra a Fome. Em cada  um dos contos, somos convidados a compreender realidades díspares e entender as múltiplas formas de viver e proteger a infância.

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